Bolsonaro toca no caso Marielle sem ser questionado

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Foto: Adriano Machado/Reuters

Sem ser questionado sobre o assunto, o presidente Jair Bolsonaro voltou a tratar de investigações sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em março de 2018. “No caso Marielle, outras acusações virão. Armações, vocês sabem de quem”, disse Bolsonaro nesta sexta-feira, 13.

O presidente não especificou quem seria o autor das armações. “Mas a gente tem um compromisso: mudar o destino do Brasil”, emendou.

A declaração de Bolsonaro foi feita a seus apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. Ele argumentava sobre o governo estar apresentando bons resultados, “apesar de grande parte da imprensa, de gente do mal, pessoas que querem voltar ao que era antes”.

Bolsonaro já atribuiu ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), tentativa de vinculá-lo ao caso Marielle. No fim de outubro, acusou o governador de “vazar informações” e “manipular” as investigações. Em evento para lançamento de seu novo partido, o Aliança Pelo Brasil, no final de novembro, o presidente afirmou que “(Witzel) tenta destruir quem está do meu lado usando a Polícia Civil do Rio”.

Bolsonaro disse ainda em frente ao Alvorada que seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), está em Jerusalém, Israel, acompanhado pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, para inaugurar um escritório de negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Segundo informações do site da Apex, o escritório será aberto no dia 15 de dezembro. Bolsonaro já prometeu diversas vezes transferir a embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém. Pressionado por possível boicote de países árabes, no entanto, o governo brasileiro decidiu abrir apenas o escritório de negócios até agora.

No fim de novembro, o presidente reafirmou que deseja transferir a representação diplomática do País para Jerusalém. “É um simbolismo apenas, mas que vale muito para quem acredita em Deus. Vamos atingir esse objetivo sem traumas”, disse.

Nesta sexta, Bolsonaro foi recepcionado em frente ao Alvorada por um padre acompanhado por um coral de crianças. Também posou para fotos com o presidente um homem vestido de papai noel que fez sinal de “arminha” com as mãos.

Estadão