Delegado da PF diz que Lava Jato é “cansativa”

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Foto: Reprodução

O delegado Ricardo Hiroshi Ishida, coordenador regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, classificou a Operação Lava Jato como “cansativa e repetitiva” na manhã desta quarta-feira (18). A fala aconteceu durante uma coletiva de imprensa, em Curitiba, quando Ishida fazia um balanço dos trabalhos da operação no último ano. Em outubro, ele já havia dito que a Lava Jato estava monótona.

“É repetitivo, as vezes é cansativo, as vezes é antigo, mas a continuidade do trabalho da PF, MPF e Receita Federal – limpando parte da corrupção – torna um país mais transparente e mais capaz de se resolver como um país sério e digno para os nossos filhos e futuras gerações”, afirmou.

Segundo o delegado, neste ano, foram deflagradas 13 fases da Operação Lava Jato, com 252 mandados judiciais. Destes, foram 236 de busca e apreensão, 10 de prisão temporária e seis de prisão preventiva.

“A quantidade baixa de prisões também se deve de que a gente vai tratando de fatos resgatados no início da operação. Quem já brincou de montar quebra-cabeças sabe que você vai começando pelo cantos e pelas laterais e conforme você vai recolhendo mais peças vai ficando mais fácil de achar as outras peças. Então hoje fica mais fácil de colher informações que no começo da Lava Jato não era possível”, explicou.

Conforme Ishida, neste anos de Lava Jato, foram R$ 6 bilhões em contratos que foram celebrados por meio de corrupção, sem contar os valores de propina. Agora em 2019, a força-tarefa Lava Jato passou por transições, com as trocas de comando na Polícia Federal. O delegado comemorou a nova fase. “Vai fazer praticamente um ano que a nova equipe na superintendência da PF no paraná assumiu. A gente fica feliz que foi possível dar continuidade no trabalho e isso demonstra a institucionalização do serviço público no combate a corrupção”, disse.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (18), a 70ª fase da Operação Lava Jato, denominada “Óbolo”. A nova fase é continuidade de investigações que remontam ao início da Operação Lava Jato (2014) e objetiva a coleta de provas de crimes de corrupção de agentes públicos, organização criminosa e lavagem de capitais relacionados a contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobras e sob responsabilidade da Diretoria de Abastecimento da empresa pública. São alvo de investigações contratos de afretamentos firmados com o armador Maersk e contratos intermediados envolvendo os shipbrokers Tide Maritime e Ferchem.

O nome da Operação faz referência à moeda que, de acordo com a mitologia grega, era usada para remunerar o barqueiro Caronte, que conduzia as almas através do rio que separava o mundo dos vivos dos mortos.

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