Famílias contestam PM sobre vítimas de chacina

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Foto: Reprodução

Um dos passatempos preferidos de Marcos Paulo Oliveira dos Santos, estudante de 16 anos, era jogar futebol com amigos no bairro do Jaraguá, zona norte de São Paulo. Outro era aproveitar o ” Baile da 17 “, como era conhecido o baile funk na favela de Paraisópolis, onde, na madrugada deste domingo, nove pessoas morreram pisoteadas após um tumulto envolvendo policiais .

— Ele era estudioso, gostava de jogar futebol e era um menino cheio de sonhos – disse um dos familiares na porta da 89ª DP, onde as ocorrências foram registradas.

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O evento tradicional em Paraisópolis foi interrompido por uma operação policial. Das nove vítimas — oito homens e uma mulher —, três eram adolescentes. Marcos morava com os pais, um irmão, a avó e dois primos. A família soube da morte por um vizinho.

Ao longo do dia, a movimentação foi grande não só na delegacia, mas nos dois prédios do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. Fpoi num deles que a família de Denys Henrique Quirino da Silva, também de 16 anos, não escomndia a revolta com a ação da polícia.

Denys costumava frequentar bailes funk, mas era a primeira vez que estava no de Paraisopolis, para onde foi depois de deixar o trabalho de lavador de estofados e sofás. O irmão dele, Danylo, foi ao IML para ajudar na identificação e liberação do corpo.

— Ele gostava de funk, ia lá para se divertir, de boa. Mas desta vez a polícia foi mais truculenta que o habitual — afirmou o irmão, de 19 anos.

A mãe do adolescente, María Cristina Quirino Portugal, afirma que não tem mais certeza do que ocorreu com o seu filho.

— Até então pensava que ele tinha sido pisoteado. Mas depois que eu vi o corpo e dos vídeos que estou recebendo, acho que ele foi assassinado. Aquilo la foi uma chacina.

Morando no bairro da Casa Verde, eles são originários da favela de Brasilândia, onde também ocorrem bailes funks e a repressão da polícia. Danylo afirma que nada disso faz sentido:

— Mataram um jovem trabalhador, ele não era bandido, e nem bandido merece morrer assim. Até quando vamos aceitar a polícia fazer isso? — questiona.

O Globo