Joice tira bolsomínions da CPI das Fake News

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Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil

A nova líder do PSL Câmara, deputada Joice Hasselmann (SP), derrubou a “trincheira” do presidente Jair Bolsonaro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso que investiga as chamadas fake news. Em ofício encaminhado na quarta-feira, 11, ao colegiado, Joice retirou quatro deputados bolsonaristas da comissão: Filipe Barros (PR), Caroline de Toni (SC), Carla Zambelli (SP) e Carlos Jordy (RJ).

Justamente esses quatros rivalizaram com Joice quando a deputada prestou depoimento na CPMI, no último dia 4. Houve episódios de bate-boca, acusações sobre atividades fora da vida parlamentar, xingamentos e exposição de conversas privadas. Com Carla Zambelli, Joice afirmou que o presidente da República quis saber se a colega trabalhou como prostituta na Espanha.

Para o lugar do quarteto, que desde a instalação da CPMI, em setembro, defende fortemente o presidente Jair Bolsonaro na comissão e rivaliza com a oposição e desafetos do Planalto, a líder do PSL colocou quatro deputados próximos a ela: Delegado Waldir (GO), Nereu Crispim (RS), Professora Dayane Pimentel (BA) e Julian Lemos (PB).

Os quatro novos membros da comissão são próximos ao presidente nacional do PSL, Luciano Bivar (SP), que rompeu com Bolsonaro.

A deputada corre o risco de perder a liderança do partido na Câmara. Uma liminar da 4ª Vara Civil de Brasília derrubou a decisão do diretório nacional do PSL que suspendeu o deputado Eduardo Bolsonaro, líder da legenda antes de Joice, e outros 13 parlamentares das atividades político-partidárias. A decisão pode devolver ao grupo ligado ao presidente Jair Bolsonaro a liderança da legenda na Câmara.

Mesmo que perca a liderança, as indicações de Joice para a comissão continuam válidas. Nesse caso, um novo líder poderia reverter as mudanças. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), garantiu à CPMI o funcionamento até abril de 2020. A comissão foi anunciada como um “calcanhar de Aquiles” para Bolsonaro e cogita chamar integrantes do chamado “gabinete do ódio” e até o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente da República, para prestar depoimento.

Parlamentares que não são membros da comissão até podem falar nas reuniões, desde que autorizados pelo presidente da CPMI, mas ficam atrás na fila em relação aos titulares e suplentes do colegiado.

Estadão