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Mais um indígena Guajajara é assassinado

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Mais um indígena foi assassinado no Maranhão, o quarto em menos de um mês e meio. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), a vítima é Dorivan Soares Guajajara, de 28 anos, residente da terra indígena Arariboia e mais conhecido como Cabeludo. Ele foi morto junto com Roberto do Nascimento Silva, 31, conhecido como Crioulo e que não era indígena.

De acordo com informações da polícia ao site G1, Dorivan foi morto com golpes de faca na madrugada desta sexta-feira, durante uma festa. Ainda segundo a polícia, o indígena era usuário de drogas  e o crime teria sido motivado por envolvimento com o tráfico na região. As lideranças Guajajara, no entanto, não confirmaram essa informação.

“Todas as pessoas que não gostam de nós estão se sentindo autorizadas a matar porque sabem que a impunidade impera. É hora de dar um basta!”, escreveu nas redes sociais Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Ataques a índios guajajara na área levaram a Funai a pedir ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, autorização para o envio de tropas da Força Nacional de Segurança Pública à região. O ministro autorizou o envio da força para a terra Cana Brava, por 90 dias, e não para a Arariboia, onde são mais comuns as ofensivas de madeireiros ilegais e os conflitos entre indígenas e não indígenas.

A Funai divulgou uma nota sobre a morte do indígena e descartou a possibilidade do assassinato ter sido motivado por crime de ódio, disputa por madeira ou por terras. A fundação, no entanto, não divulgou as circunstâncias das mortes. O órgão disse estar à disposição para contribuir nas investigações. Fotos que circularam em grupos de WhatsApp mostram dois corpos em uma área de gramado com ferimentos compatíveis com golpes de facão.

A região onde a nova morte foi registrada é marcada pela tensão entre índios e madeireiros. O assassinato de indígenas nos últimos dois meses começaram em novembro, quando Paulo Paulino Guajajara foi morto a tiros enquanto caçava. Ele era integrante de um grupo de indígenas conhecido como “guardiões da floresta”, que tentava impedir a invasão de terras indígenas por madeireiros.

No último sábado, outros dois índios da etnia guajajara foram mortos em um atentado no município de Jenipapo dos Vieiras (MA). Outros quatro índios ficaram feridos. Foi depois dessas mortes que Moro autorizou o envio da Força Nacional à região.

OGLOBO