MP investiga secretário desbocado de Bolsonaro

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Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal abriu investigação criminal sobre o secretário da Cultura do governo federal, Roberto Alvim.

O procedimento apura se ele violou a lei ao convidar a própria mulher, a atriz Juliana Galdino, a assumir a direção artística do Teatro Plínio Marcos, em Brasília.

Alvim era diretor de Artes Cênicas da Funarte quando tentou contratá-la sem licitação. A atriz passaria a controlar um orçamento de R$ 3,5 milhões em verbas federais.

Para a Procuradoria da República, a contratação viola a Lei de Licitações. A pena para quem dispensa concorrência fora das hipóteses legais é de três a cinco anos de prisão.

Quando a revista “Veja” revelou o caso, no fim de setembro, Alvim declarou que “não seria louco” de contratar a mulher. Na última sexta, o colunista Ancelmo Gois publicou um documento que comprova o convite feito pelo diretor.

O blog obteve a íntegra do processo, no qual fica clara a tentativa de transformar a Funarte numa máquina de propaganda política do governo.

Num dos trechos, Alvim afirma: “Estamos vivendo um momento crucial no combate cultural em nosso país. É preciso que o governo do presidente Jair Bolsonaro atue firme e propositivamente na área da arte e cultura, hoje dominada pelo marxismo cultural e pela agenda progressista”.

Em outra passagem, o diretor diz que pretende transformar o teatro em “ponta de lança da política cultural do governo Bolsonaro”.

Na avaliação dos procuradores, as menções ao presidente violam o princípio da impessoalidade na gestão pública.

No processo, Alvim apresenta o plano de criar uma companhia de teatro financiada pelo governo federal e alinhada aos “princípios centrais do conservadorismo cultural”. Para embasar suas teses, ele cita frases do escritor Olavo de Carvalho e do ator Carlos Vereza, apoiador de Bolsonaro.

Alvim se notabilizou ao insultar a atriz Fernanda Montenegro. Em novembro, ele foi promovido a secretário especial de Cultura. No cargo, ele tem nomeado militantes de direita para dirigir órgãos como a Funarte, a Fundação Palmares e a Biblioteca Nacional.

O Globo