BC amplia monitoramento de transações financeiras

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Foto: Reprodução

O Banco Central ampliou o número de pessoas que terão atenção especial nas análises das movimentações financeiras. Elas passarão a fazer parte do rol de pessoas “politicamente expostas”.

Essa classificação serve para as instituições financeiras terem maior atenção às movimentações desses indivíduos. As análises feitas pelos bancos, quando encontram movimentações suspeitas, são encaminhadas para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

De acordo com a área técnica do BC, as mudanças ampliam em dezenas de milhares o número de pessoas que terão monitoramento especial das instituições financeiras.

A nova regra, publicada pelo banco nesta quinta-feira (23), inclui na lista de pessoas “politicamente expostas”, entre outros:

vereadores

deputados estaduais

parentes de segundo grau de pessoas públicas

quem tenha relacionamento próximo com pessoas públicas

integrantes de conselhos superiores da Justiça

Senadores, deputados federais, governadores, ministros e presidente da República, por exemplo, já faziam parte da lista.

Segundo o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do banco, João Marques Pereira, o fato de uma pessoa ser classificada como “politicamente exposta” a eleva na classificação de risco que será feita pelos bancos.

“O fato de ela ser uma pessoa politicamente exposta não quer dizer que todas as operações serão comunicadas ao Coaf. Mas o fato de ela ser politicamente exposta será levado em consideração”, afirmou.

A norma publicada nesta quinta-feira altera a forma como as instituições financeiras devem monitorar os clientes. Segundo João Marques Pereira, o novo sistema acaba com o modelo de lista de operações suspeitas e adota a classificação de risco de todos os clientes .

Assim, o banco não é obrigado a informar todas as operações que, por exemplo, excederem o valor de R$ 10 mil, como ocorre atualmente. A obrigação será monitorar movimentos suspeitos levando em consideração o perfil do cliente e o tipo de operação que ele faz.

“Acabou os R$ 10 mil. Agora todas as operações devem ser analisadas. Teremos uma matriz de informações. A instituição deve identificar o cliente e qualificar conforme o perfil de risco”, disse. “Por exemplo, se o cliente é uma pessoa que opera com uma renda muito baixa e está operando valores altos. Vou olhar todas as operações”, completou o chefe de Regulação do Sistema Financeiro.

G1