EUA culpam Irã pela queda do avião ucraniano

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Foto: Reuters

Autoridades dos Estados Unidos acreditam que o avião ucraniano que caiu em Teerã, no Irã, foi derrubado por um míssil iraniano, informou a imprensa americana nesta quinta-feira (9). O Irã negou essa possibilidade. Nenhuma das 176 pessoas que estavam a bordo sobreviveu à queda.

Em declaração na Casa Branca, o presidente dos EUA, Donald Trump, foi questionado sobre o que achava que tinha acontecido com o avião. Ele respondeu que “alguém pode ter cometido um erro do outro lado”.

“Não quero dizer isso porque outras pessoas têm suspeitas”, disse Trump, mas acrescentou: “Alguém pode ter cometido um erro do outro lado… não o nosso sistema. Não tem nada a ver conosco”, afirmou, segundo a rede de televisão americana CNN.

O presidente americano disse, ainda, que tem um “pressentimento terrível” sobre a queda do avião.

Segundo a agência de notícias Reuters, fontes do governo americano estão “confiantes” de que o avião foi derrubado por um míssil do Irã, de acordo com “dados de satélite”. Ainda de acordo com a agência, as fontes, que não foram identificadas, dizem que a aeronave “muito provavelmente” foi derrubada acidentalmente pela defesa aérea iraniana.

Mais cedo, a revista americana “Newsweek” também havia informado sobre a possibilidade de o avião ter sido derrubado de forma “acidental” pela defesa antiaérea iraniana, segundo declarações feitas à revista por oficiais do Pentágono e da inteligência dos Estados Unidos e do Iraque, que também não quiseram se identificar.

Para fontes de segurança europeias, os relatos de que o avião foi derrubado são “críveis”, segundo a CNN.

O chefe de aviação do Irã, Ali Abedzadeh, declarou em resposta que “cientificamente, é impossível que um míssil tenha atingido o avião ucraniano, e esses rumores não têm lógica”, segundo a agência estatal iraniana Isna.

“Se um foguete ou um míssil atinge um avião, ele cai em queda livre”, afirmou Abedzadeh à CNN. Ele disse, ainda, que depois de decolar o avião continuou voando por cinco minutos, e que “o piloto tentou voltar ao aeroporto mas não conseguiu”.

Um relatório inicial da autoridade iraniana de aviação civil divulgado mais cedo nesta quinta (9) informou que o avião pegou fogo antes de cair.

Segundo o correspondente da BBC para assuntos iranianos, Ali Hashem, Abedzadeh disse ainda que “havia vários voos domésticos e internacionais voando na mesma altitude de 8 mil pés [cerca de 2,4 mil metros], que não pode ser alcançada de jeito nenhum”.

Abedzadeh também disse, de acordo com Hashem, que “os rumores de que o Irã se recusou a entregar a caixa-preta do avião aos Estados Unidos não são precisos”. Na quarta (8), a Organização da Aviação Civil do país havia anunciado que não entregaria as caixas-pretas, violando as regras da Convenção Internacional de Aviação Civil, do qual o Irã é signatário.

De acordo com a CNN, o relatório inicial mostra que as caixas-pretas do avião foram danificadas, mas as “partes da memória” permanecem em ambos os dispositivos.

Trump também afirmou nesta quinta-feira (9) que “em algum momento eles [se referindo ao Irã] vão liberar a caixa-preta. Idealmente, eles a entregariam à Boeing”, declarou o presidente americano, acrescentando os objetos também poderiam ser entregues à França ou a “algum outro país”.

A Convenção Internacional de Aviação Civil, da qual o Irã é signatário, prevê que fica responsável pela investigação o país onde a aeronave caiu (ou de onde ela partiu) – nesse caso, o Irã. Porém, a convenção prevê que o país fabricante (os EUA) e a empresa que o produziu, que é a Boeing, participem da investigação e tenham acesso às informações das caixas-pretas imediatamente.

Na quarta-feira (8), a companhia aérea do avião, Ukrainian International Airlines, declarou em comunicado que a chance de erro humano ter causado a queda da aeronave era “mínima”.

“O aeroporto de Teerã não é nada simples. Portanto, há vários anos a UIA utiliza esse aeroporto para realizar treinamento em aeronaves Boeing 737, com o objetivo de avaliar a proficiência e a capacidade dos pilotos de atuar em casos de emergência. Segundo nossos registros, a aeronave subiu até 2.400 metros. Dada a experiência da tripulação, a probabilidade de erro é mínima. Nem sequer consideramos essa chance”, diz o comunicado.

A Ucrânia, um dos países que participam das investigações, declarou que buscaria possíveis destroços de um míssil russo no local do acidente, depois de ler informações sobre isso na internet.

Os ucranianos também investigavam a possibilidade de o avião ter colidido com um drone ou com outro objeto voador, de problemas técnicos provocados por explosão ou de uma ação terrorista dentro da aeronave.

Trump também anunciou nesta quinta-feira (9) que já aprovou sanções mais duras contra o Irã.

G1