Na ditadura, Regina Duarte foi ameaçada pelo que hoje defende

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

Convidada para ser a nova secretária de Cultura, a atriz Regina Duarte, esteve no radar do regime militar (1964-1985) e era vista como militante de esquerda “infiltrada na TV”.

À época, ela fazia parte do elenco da novela “Sétimo Sentido” (TV Globo), da autora Janete Clair.

A atriz foi chamada ontem (20) a assumir a pasta da Cultura em substituição a Roberto Alvim.

A atriz apoia Bolsonaro desde a eleição de 2018 e se declara “conservadora”, alinhada ideologicamente à direita.

No período da ditadura, no entanto, ela chegou a ser monitorada pelo SNI (Serviço Nacional de Informações), como no episódio em que viajou a Cuba para ser homenageada pela associação cultural “Casa de Las Américas”, em 1984. Durante a visita ao país, ela foi recebida pelo ex-ditador Fidel Castro.

Em entrevista da atriz ao filósofo e cientista político Emir Sader, concedida em 1983, pouco antes da viagem, o entrevistador pergunta com quais “mulheres contemporâneas” Regina mais se identificaria.

Entre os nomes, ela cita a economista Maria da Conceição Tavares, voz da esquerda e que já foi deputada federal pelo PT, e a romancista Simone de Beauvoir (1908-1986), famosa autora feminista. Menciona ainda a antropóloga Ruth Cardoso.

Sob título “Infiltração esquerdista na TV”, a DSI, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes na ditadura, diz que Regina se notabilizou pela “militância esquerdista” e que ela exerceria “grande influência sobre outros artistas de novelas”.

Da Redação com Uol