Secretário de Cultura defende sua frase nazista

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Após gerar indignação com um vídeo em que copia uma citação do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, o secretário especial de Cultura de Jair Bolsonaro, Roberto Alvim, usou suas redes sociais para falar sobre o assunto. O secretário classificou as semelhanças de seu discurso com o de Goebbels como uma “coincidência retórica” mas defendeu que “a frase em si é perfeita”.

“O que a esquerda está fazendo é uma falácia de associação remota: com uma coincidência retórica em UMA frase sobre nacionalismo em arte, estão tentando desacreditar todo o PRÊMIO NACIONAL DAS ARTES, que vai redefinir a Cultura brasileira… É típico dessa corja. Foi apenas uma frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica. Eu não citei ninguém. E o trecho fala de uma arte heróica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro”, escreveu Alvim.

Apesar de afirmar que jamais citaria Goebbels, o secretário reconheceu a semelhança entre ambos os discursos e afirmou que “a frase em si é perfeita”.

“Não há nada de errado com a frase. Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com UMA frase de um discurso de Goebbles… Não o citei e JAMAIS o faria. Foi, como eu disse, uma coincidência retórica. Mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional.

Na noite de quinta-feira, Roberto Alvim gerou indignação nas redes sociais por causa de um vídeo criado para divulgar o Prêmio Nacional das Artes, projeto lançado horas antes em live com a participação do próprio presidente. No discurso, o secretário copiou uma citação do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels.

 

Além do trecho copiado do discurso de Goebbels, outra referência ao regime de Adolf Hitler é a trilha sonora do pronunciamento: a ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner. O compositor alemão era celebrado pelo líder nazista e teve grande influência em sua formação ideológica.

Ao contrário do que afirmou Alvim em seu post, o vídeo não gerou críticas apenas entre a esquerda. Ideólogo de direita admirado por integrantes do governo, Olavo de Carvalho escreveu em seu Facebook que Alvim “talvez não estivesse muito bem da cabeça”.

Apoiador do governo Jair Bolsonaro e diretor de um documentário sobre o ideólogo Olavo de Carvalho, o cineasta Josias Teófilo afirmou no Twitter que Alvim “tem que cair, e logo”.

“Alvim brigou com três ministros, enganou o presidente com promessas que não poderia cumprir e fez um vídeo nazista”, escreveu Teófilo.

 

O Globo