Israel aprova general na Embaixada do Brasil em Tel Aviv

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Foto: Divulgação

O governo de Israel concedeu “agrément” (autorização, em linguagem diplomática), nesta segunda-feira, à indicação do general da reserva Gerson Menandro Garcia, para que possa assumir a Embaixada do Brasil naquele país. Mas somente o sinal verde das autoridades israelenses não basta. Garcia terá de passar por uma sabatina da Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado e, se passar por mais essa etapa, seu nome será votado no plenário da Casa.

Uma das tarefas a serem executadas por Garcia — que atuou como conselheiro da missão brasileira na ONU até o ano passado —, considerada delicada por desagradar parte da comunidade islâmica mundial, consiste na transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. A expectativa dada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro é que a mudança ocorra até 2021. O setor oriental de Jerusalém é considerado território ocupado pela ONU e reivindicado pelos palestinos como capital do seu futuro Estado.

Atualmente, a embaixada do Brasil naquele país é chefiada pelo diplomata Paulo César de Vasconcellos, no posto desde 2017, por indicação do ex-presidente Michel Temer. Segundo fontes do governo brasileiro, Vasconcellos aparentava resistência à ideia da transferência da embaixada. Porém, a substituição se deveu à necessidade de se colocar um militar de alta patente no posto, considerado estratégico pelo presidente Jair Bolsonaro e seu chanceler Ernesto Araújo.

Até dezembro do ano passado, o preferido do presidente da República era Paulo Jorge de Nápolis, direto de marketing de uma empresa de defesa israelense no Brasil, a IAI (Israel Aerospace Industries). Nápolis, tem a patente de coronel, foi adido militar na embaixada do Brasil em Tel Aviv entre 2013 e 2015. Porém, Bolsonaro optou por colocar no posto um general.

As relações entre Brasil e Israel foram reforçadas no governo Bolsonaro, que cultiva proximidade com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Os dois países já firmaram, desde então, uma série de acordos de cooperação em diversas áreas, como defesa, combate ao crime organizado e agricultura.

Além de Garcia, chegou a ser cotado para assumir a embaixada o responsável pela articulação política no governo, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, também foi um dos cotados para assumir o posto no exterior. Ramos é evangélico e sua ida à Israel atenderia também ao interesse da bancada evangélica.

O Globo