Maduro diz que Bolsonaro quer ‘conflito armado’ contra Venezuela

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Foto: Fausto Torrealba/Reuters

O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou, nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro de levar o Brasil a um “conflito armado” contra a Venezuela, o que usou como justificativa para exercícios militares que serão realizados no fim de semana.

— Bolsonaro está arrastando as Forças Militares do Brasil para um conflito armado contra a Venezuela, ao amparar um grupo de terroristas que atacou um quartel militar venezuelano — disse Maduro.

O presidente socialista se fez referência a um ataque de militares desertores a um quartel da Força Armada venezuelana no estado Bolívar, que fica na fronteira com o Brasil, em 22 de dezembro. Na ocasião, um agente morreu, além de fuzis e lançadores de foguetes terem sido roubados. Seis militares foram presos na ação e outros cinco pediram refúgio no Brasil.

Maduro afirmou que Bolsonaro, a quem tachou de “fascista”, “está por trás das ameaças terroristas contra a Venezuela, embora os militares brasileiros não se prestem a isso”.

— Há terroristas no território brasileiro preparando ataques e incursões militares contra a Venezuela. E nós temos direito de nos preparar — acrescentou, justificando assim as ações militares previstos para sábado e domingo.

Segundo o venezuelano, 2,3 milhões de combatentes da Força Armada Bolivariana e da Milícia — corpo civil que faz parte da estrutura militar do país — serão mobilizados no exercício “Escudo Bolivariano 2020”.

— Estamos mobilizando todos os sistemas de mísseis terra-ar, terra a terra, os sistemas de foguete, todas as formas de defesa antiaérea, aérea, terrestre, em todo o território nacional, para nos prepararmos, para defender o direito à paz, à integridade territorial — detalhou Maduro.

O Brasil é um dos 50 países que consideram ilegítimo o segundo mandato de Maduro e reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente interino.

O líder chavista reiterou seu pedido para Donald Trump não se deixar “enganar” por “falcões” e pela oposição venezuelana, dias depois de o presidente americano receber Guaidó com honras de chefe de Estado e lhe prometer “esmagar a tirania” de Maduro.

A reunião com Trump foi o ponto máximo de uma turnê internacional de Guaidó, que deixou o país burlando uma proibição judicial.

— No dia em que os tribunais da República derem a ordem de prender Juan Guaidó por todos os crimes que cometeu, ele irá para a prisão. Este dia não chegou, mas chegará — alertou Maduro.

O Globo