Crivella minimiza mortes de vítimas do coronavírus

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Foto: Leo Martins/Agência O Globo

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, minimizou nesta sexta-feira as mortes causadas pela Covid-19 na cidade. Segundo ele, a curva de notificações dos casos de coronavírus está próxima de um cálculo otimista dos efeitos da pandemia na cidade. E fez uma comparação: estimou que, em um mês, cem pessoas devem morrer com a doença, o que seria equivalente a um dia de óbitos que ocorrem todos os meses na cidade.

– Olha, estou fazendo apenas uma estimativa. Morrem na cidade do Rio de Janeiro 50 mil pessoas por ano. Se dividirmos, dá um pouco mais de 4 mil pessoas por mês. Isso dá cerca de 100 pessoas por dia. Nós estamos com um mês da pandemia e perdemos cerca de cem pessoas. Numa ordem de grandeza estamos falando de 5% a 10% de nossas despesas – afirmou o prefeito.

As declarações foram feitas durante uma visita de Crivella com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos – RJ) às obras do hospital de campanha no Riocentro. O local terá 500 vagas, sendo 400 leitos comuns e 100 de UTI, cuja implantação tem um custo estimado pela prefeitura em R$ 8 milhões. A declaração sobre os óbitos foi dada ao responder a uma pergunta sobre o impacto da epidemia nas contas públicas da cidade, com a queda de arrecadação provocada pela redução da atividade econômica, que na Prefeitura já está projetada em R$ 1,6 bilhão em 2020. E a necessidade de auxílio do governo federal de apoiar estados e municípios para fechar as contas.

– A queda de arrecadação é de R$ 1,6 bilhão. Nenhum estado do Brasil poderá sobreviver sem a ajuda da União. Nunca fizemos o lockdown (paralisação total das atividades na cidade). Porque é necessário mantermos a atividade econômica em setores essenciais – disse.

Sobre uma intervenção do Ministério da Saúde em uma comunidade do Rio, anunciada esta semana pelo Ministro da Saúde, Henrique Mandetta, o senador Flávio Bolsonaro disse que não sabia onde seria iniciado o plano-piloto; Crivella reiterou que gostaria que a ação fosse na Rocinha.

– Faço um pedido nas comunidades, porque sei que está havendo muita resistência, entre os idosos e pessoas que têm alguma comorbidade, para que aceitem esse convite da Prefeitura de sair de suas residências e ir para os hotéis. Lá, terão alimentação, cuidados médicos e estarão protegidas. As equipes da Prefeitura estão presentes nas comunidades. É algo temporário, provisório – lembrou.

Flávio disse ainda que a Secretaria Nacional de Defesa Civil prepara a entrega de 470 mil cestas básicas no Rio de Janeiro, num programa voltado para famílias que deixaram de trabalhar por conta da pandemia.

Em relação aos R$ 87 milhões antecipados em recursos do SUS pelo Ministério da Saúde, o prefeito disse que a verba será aplicada para concluir a ampliação do Hospital de Acari e o hospital de campanha do Riocentro que servirão de referência para as vítimas da doença no Rio. Só a infraestrutura do hospital de campanha tem um custo estimado em R$ 8 mihões, segundo Crivella.

– Quanto o hospital de campanha custará para nós vai depender da demanda – concluiu o prefeito.

O Globo