Janaína quer “alternativa” a PT e Bolsonaro em 2022

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Autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT) e recordista de votos na disputa ao Legislativo nas eleições de 2018, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL), 45, afirma que o Brasil precisará, em 2022, de uma alternativa ao PT e ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Janaina, fenômeno eleitoral que teve mais de 2 milhões de votos, é vista pelo PSL como uma possível candidata ao Palácio do Planalto, mas ela não responde quem seriam as alternativas. “Não sabemos nem quem estará vivo.”

“Em 2018, nós não tínhamos alternativa. Eu nunca fui bolsonarista, mas Bolsonaro era o único com potencial para vencer a quadrilha que eu, a duras penas, tirei do poder. Não poderia votar no PT. Eu, hoje, tenho clareza que, em 2022, precisamos de uma alternativa ao PT e a Bolsonaro”, diz a deputada.

Janaina afirmou há quase um mês, em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo, que Bolsonaro deveria deixar o cargo devido ao seu comportamento durante a pandemia do coronavírus. “Esse senhor tem que sair da Presidência da República, deixa o [Hamilton] Mourão [vice-presidente], que entende de defesa, conduzir a nação”, disse, em 16 de março.

Agora, ela evita endossar essa opinião ou falar em impeachment. “Estou pensando no Brasil. Não é uma questão de manter ou mudar de opinião. Estou observando… Hoje, quero todos os esforços para o enfrentamento do vírus.”

A deputada, porém, diz que a atual crise da Covid-19 mostra que Bolsonaro “não tem grandeza para presidir”.

Em entrevista à Folha, com as respostas enviadas pelo WhatsApp, Janaina parece dar uma chance para que o presidente seja mais ponderado. “Precisa parar de ouvir as pessoas erradas.”

Embora afirme que Bolsonaro tem comportamentos infantis e irresponsáveis, também diz que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), “não ajuda o Brasil se subir o tom com o presidente”.

Em seu discurso no último dia 16, em reação à participação de Bolsonaro em manifestação contra os demais Poderes em meio à pandemia contrariando recomendação do Ministério da Saúde, Janaina afirmou também que se arrependeu do seu voto. A ocasião marcou um rompimento, ainda que ela sempre tenha sido crítica ao bolsonarismo.

Na entrevista à Folha, Janaina defende o isolamento social (que vem sendo criticado por Bolsonaro), vê erro da imprensa por, segundo ela, demonizar a cloroquina (medicamento exaltado pelo presidente) e diz que o auxílio emergencial do governo para a população durante a atual crise não tardou.

“O Brasil precisa aprender a não depender só do estado”, diz. “Apesar da opinião pessoal do presidente, ele tem deixado as boas equipes técnicas trabalharem”, completa.