Ministro da Ciência anuncia tratamento fake

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

O ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, anunciou nesta quarta-feira que cientistas brasileiros iniciaram testes de tratamento com 500 pacientes infectados pelo novo coronavírus a partir de autorização de órgãos reguladores vinculados ao Ministério da Saúde. Segundo ele, as pesquisas geram a expectativa de resultados promissores nas próximas semanas.

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Pontes explicou que a pesquisa envolve o ensaio clínico com pacientes internados em sete hospitais do país. O método envolve um tratamento diário por cinco dias, com período de observação de nove dias.

O ministro abriu sua fala defendendo a ciência como “única arma” capaz de combater a causa da pandemia. “A solução real desse problema está na ciência”, afirmou em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

“Há uma grande probabilidade que esse negócio funcione, e funcione bem”, afirmou Pontes. Ele prevê que até maio o país deverá contar com uma “ferramenta muito efetiva” para combater o vírus.

O ministro informou que o resultado dos testes sairá no pico da pandemia do novo coronavírus no país, em meados de maio. “Acreditamos que os testes estarão finalizados em quatro semanas”, disse. Pontes: “Acreditamos que os testes estarão finalizados em quatro semanas”

Nos testes realizados, os cientistas brasileiros usam medicamentos já comercializados em farmácias. O ministro, no entanto, fez questão de não divulgar os nomes dos remédios, segundo ele, para não provocar uma corrida em buscas dos produtos sem a devida comprovação da eficácia.

“Não posso falar o nome do medicamento, fiz questão de não saber”, disse Pontes.

O trabalho de pesquisa coordenado pelo MCTIC envolve um grupo de 40 cientistas. Cerca de dois mil medicamentos têm sido usados neste trabalho. De acordo com Pontes, o remédio “mais promissor” apresentou 94% de eficácia em ensaios com as células infectadas.

O ministro afirmou que a prioridade é a busca por medicamentos eficazes para tratamento, uma vacina contra o vírus e ampliar a capacidade de produção de testes de diagnóstico. “Vacinas demoram um pouco mais. Temos trabalhado [em estudos] em uma vacina dupla, para influenza e covid”, afirmou.

Pontes foi questionado sobre a possível saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em razão do desgaste que vem sofrendo pelas divergências com o presidente Jair Bolsonaro sobre o impacto do isolamento social. Ele, no entanto, desconversou. “Não posso falar sobre outros ministérios, nosso foco é na Ciência.”

Nos testes que envolverão o total de 500 pacientes internados com covid-19, um grupo receberá o medicamento, e outro, placebo. Nem o médico responsável pelos cuidados nem o paciente saberão a que grupo que pertencem.

O secretário de políticas para formação e ações estratégicas, Marcelo Morales, informou que os pacientes devem assinar um protocolo de consentimento para participar dos testes. Dos sete hospitais envolvidos na pesquisa, cinco são do Rio, um de São Paulo e um de Brasília.

Morales ressaltou ainda que resultados preliminares indicaram que o medicamento consegue inibir até 94% da entrada do vírus na célula humana. Outra vantagem é que a droga não provoca “grandes” efeitos colaterais.

Valor Econômico