Ministro do meio ambiente é expulso do seu partido

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Foto: Nacho Doce/Reuters

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi expulso do partido Novo por decisão da Comissão de Ética Partidária da sigla. Salles protestou no Twitter na manhã desta quinta-feira, 7, e disse que entre Jair Bolsonaro e João Amoêdo, um dos fundadores do Novo, prefere ficar com o presidente. Nas redes sociais, o partido afirmou que o processo corre em sigilo e que cabe recurso.

“Fui comunicado da minha EXPULSÃO por ter assumido ‘sem qualquer informação prévia ou pedido de autorização ao Partido NOVO, o cargo de Ministro de Estado do Meio Ambiente no governo do atual Presidente Sr. Jair Messias Bolsonaro’. Entre Amoedo e Bolsonaro, fico com Bolsonaro !”, escreveu Salles.

 

Salles alega que sua expulsão ocorreu por ter assumido o cargo de ministro sem comunicar previamente o partido. Nas redes sociais, o Novo confirmou a expulsão, mas não explicou os motivos. Declarou que o processo corre em sigilo, que ainda cabe recurso e que a comissão que analisou o processo é um órgão independente, composto por filiados que não são membros do diretório nacional.

 

O ministro cita o ex-presidente e um dos fundadores do Novo, João Amoêdo, que concorreu à presidência da República pela sigla em 2018. Em outubro do ano passado, Amoêdo afirmou ao Estado que Salles permaneceria no cargo se assim desejasse. “O que a gente pode exigir dos filiados é que eles sejam ficha limpa e que paguem a contribuição, que são R$ 30 por mês. Mas a nossa ingerência sobre a atuação dos filiados é limitada, temos 48 mil membros”, declarou à época.

Salles estava suspenso do Novo desde outubro, por decisão da Comissão de Ética da legenda. À época, em nota, o partido citou um dispositivo de seu estatuto que prevê suspensão em caráter temporário quando há “risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação do Novo”. A decisão foi tomada dentro de um processo solicitado pelo deputado estadual Chicão Bulhões (RJ).

Salles já não participava de atividades partidárias e não tinha cargo na legenda. O ministro vinha sendo alvo de críticas pela sua atuação diante da crise do desmatamento e das ações de monitoramento e retirada do óleo encontrado nas praias do Nordeste.

Estadão