Ala ideológica tentará salvar Araújo e Salles

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Foto: Arthur Max/AIG-MRE

Preocupados com uma vitória de Joe Biden na corrida pela Presidência dos Estados Unidos, parlamentares bolsonaristas e membros da ala ideológica do governo já alinharam uma estratégia para que o presidente Jair Bolsonaro não tome nenhuma decisão abrupta na tentativa de enviar um sinal de aproximação em relação ao democrata.

A preocupação principal dos dois grupos é que o chefe do Executivo dispense ou deixe de lado aliados de primeira hora que foram figuras presentes na corrida presidencial de 2018.

Segundo apurou o Valor, eles já estão fechados em uma estratégia para evitar que Bolsonaro decida deslocar Ricardo Salles e Ernesto Araújo de suas pastas, os ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, respectivamente.

Eles entendem que a pressão deve ser forte, inclusive entre membros de outras alas do governo. Por isso, pretendem reforçar ao presidente que a permanência dos ministros é importante para seguir contemplando o núcleo ideológico. “Tenho certeza que essa substituição não acontecerá. Salles e Ernesto são figuras importantíssimas para o presidente e ele sabe disso, são integrantes da ala conservadora e são de suma importância para o governo”, defendeu ao Valor o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), conhecido pela proximidade com a família Bolsonaro.

No mesmo sentido, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) afirmou não ver fundamento para mudança de ministros por causa da eleição americana e que esse não é o perfil de Bolsonaro. “Não concordo em hipótese nenhuma. Vai querer agradar, bajulando o outro? Nosso governo não depende do resultado de outros governos”, disse Nunes.

O parlamentar gaúcho admite, porém, que trocas em meio a uma reforma ministerial no começo do ano que vem seriam consideradas normais. “Mudanças são naturais, o que não pode é serem motivadas por causa da vitória do Biden nos Estados Unidos”, completou.

Antes mesmo do resultado final da disputa nos EUA, integrantes do governo começaram a elencar possíveis estratégias caso o democrata saia de fato vitorioso nas urnas. A avaliação é que ela colocaria a política ambiental do governo brasileiro ainda mais em xeque no cenário internacional e, com isso, a eventual substituição de Salles no Ministério do Meio Ambiente seria uma alternativa para dar um aceno a Biden, crítico da política ambiental do país. Uma possibilidade seria o deslocamento de Salles para o Ministério do Turismo no lugar de Marcelo Álvaro Antônio, que retornaria ao mandato de deputado federal.

A proximidade de Salles com os filhos de Bolsonaro e com o próprio presidente é apontada como determinante para que aliados do ministro classifiquem como “remotíssima” a possibilidade de ele ser desligado definitivamente de um posto na Esplanada dos Ministérios. “Ele é um homem de confiança do presidente desde o início do governo. O máximo que pode ocorrer é ser deslocado para outra pasta, mas a área ideológica trabalhará para que ele permaneça no comando do Meio Ambiente”, disse um parlamentar próximo de Bolsonaro.

Já o alinhamento do chanceler ao governo de Donald Trump é visto como um fator que poderia esvaziá-lo na pasta, caso Biden se consagre nas urnas. Mas, os deputados bolsonaristas também se preparam para defender a permanência de Ernesto Araújo à frente do Itamaraty.

De acordo com fontes, a articulação pela substituição de Salles e Ernesto conta com a simpatia do núcleo militar do governo, especialmente do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Em outubro, Salles e Ramos entraram em conflito publicamente e a crise acabou sendo deixada para trás. Mesmo assim, deputados que formaram o primeiro núcleo bolsonarista no Congresso são críticos da atuação de Ramos e o responsabilizam pela aproximação de Bolsonaro com partidos do Centrão. Procurado por meio de sua assessoria, Ramos não respondeu até o fechamento desta edição.

Valor Econômico

 

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