Pesquisa relaciona política e racismo

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Foto: EPA

O assassinato do cidadão negro João Alberto Freitas, nas dependências de uma loja do Carrefour de Porto Alegre na última quinta-feira, ganhou clivagem política no Brasil. Pessoas que se identificaram como eleitores do presidente Jair Bolsonaro em 2018 acreditam que o racismo não foi o motivo do homicídio. Já os que se dizem eleitores do petista Fernando Haddad no segundo turno naquela eleição pensam ter sido essa a principal razão.

Os dados são de pesquisa feita pela consultoria Atlas Político. Em levantamento “on line” feito entre 20 e 22 de novembro, com 1.746 respostas randomizadas em amostra estratificada por algoritmo, Para 26% dos que declararam voto em Bolsonaro há dois anos, o racismo levou ao homicídio de João Alberto, enquanto 44% dos bolsonaristas disseram que o crime teve outras motivações. No caso dos eleitores de Haddad, o primeiro percentual cresce para 84% e o segundo cai para 7%.

As duas vertentes concordam entretanto com a existência do racismo no País. No caso dos eleitores de Haddad, esta concordância chega a 98% das respostas. No caso dos eleitores de Bolsonaro, a 84%. Apesar de entenderem que existe racismo no Brasil, nem os eleitores de Bolsonaro, e nem os de Haddad se consideram racistas.

Neste quesito, a diferença mais significativa se dá por faixa de renda. Praticamente todos os que se dizem racistas se concentram no topo da renda. Entre os que ganham mais de dez salários mínimos por mês, 19% se dizem racistas. O percentual é praticamente nulo em relação a todos os outros recortes.

Os eleitores de Bolsonaro em 2018 acreditam que o racismo é um problema mais grave nos Estados Unidos, palco este ano de protestos em grande escala depois do assassinato de um homem negro pela polícia, no mês de maio. Para 60% dos bolsonaristas, essa é uma questão mais premente naquele País. Para os eleitores de Haddad em 2018, o problema se equivale no Brasil e nos Estados Unidos.

Há diferenças entre o eleitor bolsonarista de 2018 e o eleitor de Haddad em relação à tolerância com a depredação de propriedade pública ou privada em protestos. Para o eleitor de Haddad, a depredação “às vezes é justificável” em 23% dos casos e “sempre justificável” em 18% das ocasiões. No caso do eleitor bolsonarista de 2018, ela nunca é justificável em 85% das respostas.

As diferenças se atenuam, entretanto, quando se convida os entrevistados a analisar o papel da polícia. Para os eleitores de Haddad em 2018, 88% afirma que a polícia pratica discriminação contra negros. No caso dos bolsonaristas de dois anos atrás, há uma divisão. Em 44% das respostas há o entendimento de que a polícia no Brasil é racista. Outros 42% dizem que não.

Bolsonaristas e eleitores de Haddad em 2018 também discordam sobre as cotas raciais nas universidades públicas. Entre os eleitores de Haddad, 4% são a favor. Entre os de Bolsonaro, 77% são contra.

Valor Econômico

 

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