Cresce suspeita de apoio policial a invasores do capitólio

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Foto: ROBERTO SCHMIDT / AFP

A incapacidade de conter a invasão do Congresso americano e a falta de coordenação entre as forças de segurança durante o ataque continuam a repercutir, agora com as autoridades jogando a culpa umas nas outras pela atuação em 6 de janeiro. O agora chefe demissionário da Polícia do Capitólio, Steven Sund, que renunciou sob pressão ao cargo após o incidente, disse que os responsáveis pela segurança da Câmara e do Senado frustraram seus esforços para convocar a Guarda Nacional. A declaração, em entrevista ao jornal Washington Post, no entanto, contradiz o relato de demais agentes que afirmaram que a corporação não havia feito o pedido de ajuda.

Enquanto o Congresso fazia uma sessão conjunta, no dia 6, para homologar a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial, apoiadores do presidente Donald Trump invadiram o prédio, incitados pelo republicano em um discurso pouco antes. Além da Polícia do Capitólio, que conta com um efetivo de 2 mil agentes, também foram acionados policiais da capital americana, agentes do FBI e da SWAT, além da Guarda Nacional, que chegou bem depois do início do ataque. Ao menos cinco pessoas morreram.

De acordo com Sund, seus supervisores — Paul Irving, responsável pela Câmara, e Mike Stenger, pelo Senado, que também renunciaram — estavam relutantes em tomar medidas formais para colocar a Guarda Nacional de prontidão, mesmo com os alertas dos riscos de uma escalada de violência no dia. A declaração, no entanto, contradiz o que disseram funcionários de outros ramos do governo, que afirmaram, após o ataque, que poderiam ter fornecido mais agentes para dispersar a invasão — mas que ninguém da Polícia do Capitólio havia solicitado isso.

De acordo com o New York Times, o chefe da polícia de Washington, Robert Contee, ligou para o Pentágono pedindo o reforço da Guarda Nacional quando viu a multidão invadindo o Congresso e achou que apenas a segurança do prédio não seria suficiente para detê-la. No entanto, foram informados que a ajuda teria que ser acionada primeiro pela própria Polícia do Capitólio.

Após essa reposta, Contee ligou para Sund e, a partir daí, soube que os agentes do Capitólio estavam sob cerco, os parlamentares estavam sendo levados às pressas locais seguros e os invasores atropelavam qualquer autoridade. Sund repetia: “A situação é terrível”. O seguinte diálogo aconteceu em seguida, segundo o New York Times:

— Chefe Sund, você está solicitando tropas da Guarda Nacional para o Capitólio?

Houve um momento de silêncio.

— Sim, estou — respondeu finalmente o chefe da Polícia do Capitólio.

O reforço, porém, só chegou ao Congresso horas depois.

Tanto Sund quanto Contee e a própria prefeita de Washington, Muriel Bowser, contam que tentaram acionar a Guarda Nacional, mas não tiveram sucesso, assim como membros de ambos os partidos. O chefe da Polícia do Capitólio afirmou ter ligado às 13h09 (hora local) para Irving e Stenger solicitando o reforço. A resposta que teve foi que avaliaram o pedido com seus superiores e depois o retornariam. Como o Distrito da Columbia não é um estado, a ordem para acionar a Guarda deve ser aprovada pelo secretário de Defesa em exercício, Christopher C. Miller.

Em uma das ligações de Sund e Contee para acionar a Guarda estava o tenente-general Walter E. Piatt, diretor do Estado-Maior do Exército. O militar afirmou que reagiu ao pedido com cautela, já que, além de a aprovação precisar vir de cima, também não havia um plano de como os agentes atuariam. Com a resposta, Contee ficou atônito:

— Você está negando o pedido? — perguntou.

— Não estamos negando o pedido — insistiu Piatt, que acrescentou que precisava buscar aprovação primeiro. Depois, a ligação terminou.

Só por volta das 15h o secretário Miller aceitou que todos os soldados da Guarda Nacional disponíveis — cerca de 1.100 — seriam acionados. O motivo para essa demora ainda não está claro.

De acordo com a agência AP, a Polícia do Capitólio estava, no dia 6, com o mesmo número de agentes de um dia normal, apesar da sessão do Congresso para certificar os votos do Colégio Eleitoral. Embora estivessem equipados para atuar em caso de protesto, os agentes não estavam preparados para agir num motim.

Além disso, quando a multidão começou a forçar sua entrada no Capitólio, uma ordem foi emitida para que os policiais não usassem força letal — o que explica por que os agentes não sacaram suas armas contra os invasores para impedir que ocupassem o prédio. Eles ficaram, então, sem muitas possibilidades de agir. A informação foi passada à agência por um oficial da força que preferiu manter o anonimato.

Segundo ele,a Polícia do Capitólio se preparou apenas para um protesto, como os que ocorreram em novembro e dezembro, após o dia da eleição. Nenhuma cerca foi erguida no entorno do Congresso e tampouco havia um plano de contingência para caso a situação piorasse. Também não havia reforço de outras forças de segurança.

Segundo o New York Times, a Polícia do Capitólio e a de Washington haviam, dias antes do incidente, rejeitado a oferta de mais apoio da Guarda Nacional, além do pequeno contingente já acionado para fazer o controle do trânsito na região.

O secretário-assistente do Departamento de Defesa Interna e Segurança Global, Kenneth Rapuano, também disse, na semana passada, que o Pentágono havia entrado em contato com a Polícia do Capitólio e foi informado de que eles não precisariam da ajuda da Guarda Nacional.

Na entrevista ao Washington Post, Sund, por sua vez, rebateu essas acusações, colocando a culpa nos responsáveis pela segurança da Câmara e do Senado. O ex-chefe da Polícia do Capitólio afirmou que Irving, responsável pelo Senado, não se sentia confortável em declarar formalmente uma emergência antes da manifestação. Já em relação a Stenger, Sund disse que o chefe de segurança da Câmara o orientou a procurar apenas informalmente seus contatos da Guarda.

Sund deverá permanecer interinamente como chefe da corporação até o dia 16 deste mês.

O Globo 

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