Gilmar Mendes não deixará Moro sair à francesa

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Orlando Brito/VEJA

Só Gilmar Mendes sabe o que fará a partir de agora depois de um de seus colegas, o ministro Edson Fachin, ter decretado a morte do julgamento da imparcialidade de Sergio Moro, ao livrar Lula das condenações na Lava-Jato por uma discussão antiga e lateral, sobre a jurisdição das investigações.

No STF, porém, ministros dão como certo que Mendes levará a plenário um questionamento sobre a decisão de Fachin, algo que será feito com a faca nos dentes, para ficar num jargão famoso da Corte.

A decisão de Fachin livrou Moro de ser julgado e ter sua atuação desconstruída por Mendes no HC em que Lula reivindicava a parcialidade do ex-juiz, a partir de mensagens da Vaza-Jato. Livro também a própria operação de responder pelos constrangedores registros obtidos pelos hackers. Tudo ficou pendurado na discussão sobre se Curitiba poderia ter investigado crimes atribuídos ao presidente em São Paulo.

Ao adotar essa decisão, Fachin mandou ao arquivo os outros recursos apresentados por Lula, já que o objetivo maior do petista, ver-se livre das condenações foi atendido. Colegas de Fachin dizem que o movimento do ministro foi premeditado para justamente interromper a rota de destruição, para a Lava-Jato, que se formava a partir de Mendes.

Fachin, segundo os ministros ouvidos pelo Radar, teria percebido algum movimento de Mendes no sentido de pautar a suspeição de Moro e, a partir daí, sacado da gaveta a velha discussão sobre jurisdição das investigações para barrar o movimento de Mendes que poderia enterrar todas as investigações conduzidas por Moro — praticamente toda a Lava-Jato.

Na Corte, o duelo que aguarda Fachin e Mendes nesta semana é definido por duas palavras: banho de sangue.

Veja