França quer escolher pesquisa para aceitar ceder a Haddad

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Na conversa com Lula e Fernando Haddad, ontem em São Paulo, Márcio França, do PSB, realmente disse que topa desistir da candidatura ao governo do estado se Haddad estiver melhor nas pesquisas. Mas não pode ser qualquer pesquisa.

A candidatura única ao Palácio dos Bandeirantes é pré-condição para que o PT e o PSB caminhem juntos na disputa nacional, seja formando uma federação ou uma coligação em torno de Lula.

Segundo o próprio pessebista relatou a interlocutores da política, a pesquisa que vai basear a escolha entre ele e Haddad não pode ser uma pesquisa de primeiro turno. Teria que ser sobre cenários de segundo turno, seja contra Tarcísio de Freitas, candidato de Bolsonaro, ou contra Rodrigo Garcia (PSDB), vice de João Dória.

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França argumenta que não dá para medir quem está melhor colocando na mesma ficha de respostas os três pré-candidatos da esquerda na primeira etapa da eleição – ele, Haddad e Guilherme Boulos (PSOL).

Isso porque, como a intenção é que se feche o acordo em torno de um único nome, o ideal é que essa escolha não esteja colocada para o eleitor. E só daria para saber quem tem mais chance de vencer a eleição testando os cenários com apenas um deles contra os possíveis oponentes.

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A razão da exigência é simples. França acredita que, no segundo turno, ele tem mais chances do que Haddad de angariar votos, diferentemente de Haddad, que teria um eleitorado majoritariamente de esquerda.

Segundo aliados do ex-governador, as pesquisas internas do PSB já estariam mostrando isso.

Depois de duas horas de conversa, Lula disse que ia consultar o PT antes de voltar com uma contraproposta.

Mas, embora nada tenha ficado decidido, foram dados alguns sinais claros do que pode ser oferecido em compensação a França, caso ele desista.

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O pessebista gosta da ideia de ser ministro em caso de vitória de Lula, mas não tem vontade de ser candidato ao Senado, uma vez que o apresentador José Luiz Datena é considerado um candidato muito forte e difícil de bater.

O pessebista poderia sair para candidato a deputado federal, mas ainda demonstra muita vontade de fazer esse tipo de campanha.

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O que França quer mesmo é ser candidato ao governo. E acha que se for para não concorrer, pelo menos o critério da pesquisa seria uma justificativa plausível para o eleitor que deu a ele mais de 10 milhões de votos na última eleição para o governo do estado, em 2018 (França teve 48,25% dos votos no segundo turno, em que perdeu para Dória, que teve 51,75%)

Isso não quer dizer que não haverá acordo, até porque fechar o apoio do PSB antes do final da janela partidária é importante para a estratégia de Lula. Mas tudo indica que essa negociação vai levar mais tempo do que o esperado para ser fechada.

O Globo