Próxima parada de Lula é a região Sul

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Foto: Ricardo Stuckert

Após lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência no fim de semana e visita de três dias a Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, a estratégia da pré-campanha petista é avançar em Estados onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem base eleitoral mais sólida do que a do ex-presidente.

Com previsão de evento na rua e encontro com representantes do setor produtivo, o que não ocorreu até o momento, Lula deve visitar o Rio Grande do Sul e Santa Catarina na última semana deste mês. Em junho, além de eventos no interior de São Paulo, outra área de dificuldade do petista, a intenção de Lula é ir ao Norte, região onde Bolsonaro tem liderado a disputa presidencial de acordo com as últimas pesquisas eleitorais.

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que deve ocupar a vice na chapa encabeçada pelo petista, é esperado nestes eventos. O ex-tucano vai começar a articular de maneira intensa aproximação com setores mais conservadores do eleitorado, sobretudo evangélicos, e com representantes do agronegócio.

Na próxima semana, o ex-presidente permanece em São Paulo porque seu casamento com a socióloga Rosângela da Silva, conhecida como Janja, está marcado para 18 de maio.

Lula pediu a lideranças gaúchas, quando esteve em Brasília, no fim do mês, para montagem de uma agenda na Rua da Praia, uma das mais movimentadas do Centro de Porto Alegre.

Por questões de segurança, o ex-presidente só tem frequentado, até agora, ambientes controlados. No dia 5 de maio, a comitiva de Lula foi alvo de protesto de um grupo de bolsonaristas em Campinas, na saída de um condomínio residencial. O carro que levava o pré-candidato à Presidência desviou dos manifestantes, que portavam bandeiras e faziam xingamentos.

O núcleo mais próximo ao petista também tem se cercado de cuidados para evitar problemas na Justiça Eleitoral com a possível configuração de campanha antecipada.

Até o momento, o petista não participou de eventos públicos com empresários. Fontes petistas indicam que é possível que Lula faça uma visita a alguma indústria durante a passagem pelo Rio Grande do Sul. Detalhes da agenda ainda não foram totalmente fechados.

Além de Porto Alegre, está prevista ida do ex-presidente a Caxias do Sul, maior cidade da Serra Gaúcha e a segunda mais populosa do Estado.

No primeiro turno das eleições de 2018, Bolsonaro teve 45,4% dos votos em Porto Alegre e Fernando Haddad (PT) 20,1%. Em Caxias do Sul, também no primeiro turno, Bolsonaro teve 61,8% e Haddad, apenas 13,6%.

O PT gaúcho deve lançar o deputado estadual Edegar Pretto ao governo estadual. O PSB, aliado no plano nacional, manteve a pré-candidatura do ex-deputado Beto Albuquerque. Na visita ao Estado, integrantes de partidos que apoiam o presidente nacionalmente devem participar dos atos.

O PT local tenta ainda o apoio do PDT, do pré-candidato Ciro Gomes. No palanque bolsonarista, há dois pré-candidatos: o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) e o senador Luiz Carlos Heinze (PP).

O ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que deixou o comando do Estado na possibilidade de se candidatar à Presidência da República, ainda pode concorrer. O atual governador, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), também é pré-candidato.

Em Santa Catarina,, ainda não há detalhes sobre a agenda de Lula. No Estado, Bolsonaro recebeu no primeiro turno 65,8% dos votos e Haddad 15,1%, no que representou a maior vitória proporcional do atual presidente.

Lula esteve na manhã de ontem na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Durante discurso de improviso, o petista destacou a necessidade de fortalecimento do agronegócio, mas ressaltou que era importante a participação de pequenos e médios produtores. O ex-presidente retorna hoje a São Paulo.

Valor Econômico