Quanto mais Bolsonaro ataca movimento democrático, mais ele cresce

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Foto: Reprodução

Crítico das cartas em defesa da democracia, o presidente Jair Bolsonaro acabou, sem querer, virando o principal incentivador de novas assinaturas nos manifestos elaborados pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo aliados do presidente, a cada nova crítica e ataques aos documentos, classificadas por ele de “cartinhas”, o número de adesões sobe.

Um interlocutor de Bolsonaro, que não concorda com a postura do presidente, disse ao blog que, se ele continuar atacando os manifestos, o da USP vai ultrapassar 1 milhão de assinaturas antes de ser divulgado oficialmente.

“Toda vez que ele ataca a carta da USP, mais cem mil pessoas aderem ao manifesto”, comentou o interlocutor presidencial.
Na avaliação de aliados do presidente, ele acabou “inflando” as cartas, quando poderia ter atuado para esvaziá-las.

Bastava, segundo eles, não ficar criticando os documentos ou até mesmo anunciado que também assinaria as cartas, já que elas não citam nominalmente Bolsonaro. Ele transformou os manifestos no debate do momento, criticam aliados.

A polêmica acabou forçando o presidente da República a cancelar toda sua agenda em São Paulo no dia 11 de agosto, dia em que dia serão divulgados os manifestos.

Bolsonaro havia agendado participar de um debate na Fiesp e de um jantar com empresários organizado pelo grupo Esfera.

O cancelamento foi defendido pela equipe de Bolsonaro para evitar que ele entrasse numa saia justa, já que seria convidado, por exemplo, a assinar o documento da Fiesp.

Outros candidatos que já estiveram na entidade industrial foram assinaram: Felipe D’Ávila (Novo), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). A ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está prevista para o dia 9 de agosto.

No caso do jantar, os próprios empresários sugeriram o cancelamento. Segundo eles, o grupo corria o risco de ser classificado de “chapa branca”. Ou seja, poderiam ser vistos, em meio à comoção com a divulgação das cartas, como cúmplices dos ataques que o presidente faz contra o sistema eleitoral.

G1