Bolsonaro tentou impedir que imprensa visse sofrimento dos Yanomâmis

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A União tentou vetar, por meio de órgãos locais, a presença de profissionais da imprensa na Terra Indígena Yanomami em Roraima, sob a gestão de Jair Bolsonaro. O MPF, no entanto, entendeu que a medida não poderia ser levada adiante, uma vez que uma série de denúncias chegaram às autoridades graças a reportagens no local.

O estopim foi a tentativa de barrar uma equipe do “Fantástico” por parte de agentes públicos. Entre outros artifícios, usavam como argumento a questão sanitária em razão da pandemia. Baseavam-se em uma portaria que restringia a circulação na área e que serviu de justificativa para negar pedidos de acesso. Os próprios indígenas se manifestaram contrários à medida.

A Procuradoria da República em Roraima expediu em outubro de 2021 uma recomendação aos coordenadores da Funai e do Distrito Sanitário Especial Yanomami para que abstivessem de “embaraçar, impedir ou limitar o acesso à Terra Indígena Yanomami de equipes de reportagem jornalística”, nos casos cuja finalidade fosse noticiar fatos de interesse público.

No documento, o MPF cita que o ingresso da imprensa na terra indígena “é fundamental para a demonstração da própria realidade vivida pelos Yanomami, em que se torna visível e concreta a gravidade da injustiça decorrente da omissão do poder público”.

O procurador Alisson Marugal também pontuou que as comunidades, situadas nos recônditos da floresta Amazônica, não possuem representantes políticos nos núcleos do poder nem encontram visibilidade pública “para fazer conhecer sua realidade e pautar suas reivindicações”.

O Globo