Lula prepara “recepção” para eventuais golpistas amanhã

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Foto: Breno Esaki/Metrópoles @BrenoEsakiFoto

Oito meses após as invasões do dia 8 de janeiro, o desfile cívico do 7 de Setembro acendeu alertas nas autoridades brasileiras – mesmo com um número inferior de participantes a desfilar. Dessa vez, serão 22,7 mil pessoas mobilizadas, e uma “força-tarefa” foi criada para prevenção de atos de violência na data. Não há previsão de discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O risco de confusão, por conta da incerteza da forma com que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) vão reagir ao evento, permanece. A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF), se reuniu nos últimos dias com o secretário executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor na Segurança Pública do DF, Ricardo Cappelli, e anunciou uma “força-tarefa” para prevenção de atos de violência na data.

A força-tarefa em questão inclui o trabalho de representantes dos ministérios da Defesa, da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O uso da Força Nacional de Segurança como reforço no policiamento brasiliense também foi autorizado.

Ao todo, serão mais de 17 mil militares do Exército, em todo o país, que desfilarão nas comemorações do 7 de setembro. Destaca-se a região Nordeste, que contará com 3,3 mil militares, sendo o maior contingente em relação às demais regiões. Essa região é seguida pelo comando do Planalto, que contará com 3,1 mil militares no desfile.

A Marinha informou ao Metrópoles que dispõe de 5,7 mil militares para o desfile, em todo o território nacional. Juntos, ambas forças contribuem para um total de 22,7 mil militares que se apresentam em todo o país.

Só no Distrito Federal, onde ocorre o desfile na Esplanada dos Ministérios, devem participar a pé cerca de 2 mil militares, sendo aproximadamente 600 da Marinha do Brasil (MB), 1 mil do Exército Brasileiro (EB) e 400 da Força Aérea Brasileira (FAB).

Veja como está a divisão dos comandos do Exército para as comemorações cívicas:

Comando Militar do Oeste (CMO): 2.000 militares;
Comando Militar do Norte (CMN): 1.256 militares;
Comando Militar do Sudeste (CMSE): 2.186 militares;
Comando Militar do Leste (CML): 2.100 militares;
Comando Militar do Sul (CMS): 1.500 militares;
Comando Militar do Planalto (CMP): 3.113 militares;
Comando Militar da Amazônia (CMA): 1.500 militares; e
Comando Militar do Nordeste (CMNE): 3.368 militares.
Total: 17.023 militares

Na contramão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criou uma campanha de doação de sangue “patriota”, para que apoiadores de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) comparecessem aos hemocentros como forma de “protesto” antecipado, no dia 6/9.

“Quero agradecer a todos que se engajaram na campanha de doação de sangue no dia 6 de setembro. Só em Brasília já são mais de 14 mil pedidos para fazer doação no único hemocentro, que tem capacidade para atender a 270 pessoas por dia”, escreve nas redes sociais.

Todo esse preparo é considerado superior ao esquema de segurança elaborado na posse do presidente Lula, e a reunião solicitada por Celina Leão ocorre devido ao compartilhamento de uma dezena de vídeos por parte do ministro de Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino (PSB-MA), onde se registram incitações a atos violentos no feriado de independência.

O desfile deve começar por volta das 9 horas, e se encerrar às 11 horas. O tema será “Democracia, Soberania e União” e contará ainda com o veículo blindado VBTP-MR Guarani, que teve sua venda à Ucrânia impedida, e os veículos VBMT-LSR 4×4 Lince K2, Leopard 1A5 e M60 A3 TTS, Gepard 1A2 e o obuseiro autopropulsado M109 A5.

Estarão cerca de 200 convidados de honra do presidente, entre ministros, chefes de Poderes e representantes das Forças Armadas. A expectativa de público é de 30 mil pessoas.

Entre os destaques do evento, estão a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira; tropas das Forças Armadas (Marinha, Exército e Forças Aéreas), apresentação de escolas, como a do Governo do Distrito Federal (GDF), profissionais do Corpo de Bombeiros, além de bandas e participações especiais de várias instituições.

Metrópoles