Divisão da esquerda infla extrema-direita

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Divisão da esquerda infla extrema-direita

Eduardo Guimarães

A militância pró-Lula está sob nível de ataque que reduz sua atuação. Essa ação decorre de setores da esquerda que vêm constragendo lulistas, chamando-os de “gado” etc. Boa parte é ligada a Ciro Gomes, mas outra parte é ligada a setores radicais de esquerda.

Grupos da “esquerda” cirista e da ultraesquerda fustigam a militância pró-Lula, que é desorganizada. No caso cirista, a militância é insufalada pelo próprio Ciro, enfurecido no isolamento cada vez maior. Ele não consegue crescer, mas decidiu arrastar Lula para o seu buraco.

O PT não organiza a militância pró-Lula. Hoje, os militantes partidários do governo e do seu titular atuam individualmente, cada um por si. Grande parte está desanimada, outra parte se sente intimidada pela ‘esquerda’ cirista e pela própria “esquerda” militante de junho de 2013.

Essa ofensiva para calar o lulismo pode ter um resultado catastrófico para o país. Além de Lula, nada mais existe que possa barrar um avanço jamais visto da extrema-direita brasileira desde os idos de 1964. Avanço que ocorre em nível planetário.

Ciristas atacam os militantes petistas/lulistas atuando disfarçados como esquerdistas “não-bovinos”, como tentam se apresentar. Não assumem, mas Ciro vem promovendo lives e reuniões para sabotar o governo federal e fortalecer a extrema-direita…

Objetivo? Vingança.

Já pela esquerda, há grupos que ficaram de fora do governo por não aceitarem que é um governo de coalizão e que Lula não pode abrir mão de acordos com a centro-direita. Esses grupos estão no ataque contra a militância pró-Lula e pró-governo.

O primeiro passo para o PT tentar reagir a tudo isso é organizar o grupo do eu-sozinho, ou seja, a militância individualizada que age de forma desconexa, mas que vem resistindo o quanto pode. E tirar do armário a militância que se sente intimidada e constrangida.

Todos têm visto a força da extrema-direita no Congresso, colocando em pauta temas como a criminalização total do aborto, a criminalização do mero porte de pequenas quantidades de drogas leves como maconha, a proibição da união homoafetiva, a aprovação do marco temporal…

A tendência de toda essa excrescência é prevalecer graças à divisão da esquerda, que bastou a mesma esquerda voltar ao poder para se acentuar.

Como nos governos anteriores do PT, setores da esquerda não aceitam a coalizão com a centro-direita para governar e não indicam uma alternativa. É comum ouvir frases como “se for para se aliar à direita, é melhor ficar na oposição”.

Uma maluquice. Todos acabam de ver o que é um governo de extrema-direita. Sem as manifestações de junho de 2013, Dilma não teria caído (tinha 79% de aprovação em 1o de junho de 2013, na pesquisa CNI-Ibope). E se não caísse, hoje Lula seria o presidente; nunca teria sido preso e se elegeria em 2018.

Contra a “esquerda” cirista há que sair denunciando sua natureza oculta e contra a esquerda camicase, há que subir o tom e mostrar o tamanho da estupidez que está promovendo. E se quiser sair esperneando, que saia. Mas sairá carimbada.

O primeiro passo para o PT pró-Lula reagir a tudo isso é organizar esse grupo do eu-sozinho que hesita em agir, ou seja, a militância individualizada que age de forma desconexa, mas que vem resistindo o quanto pode. E tirar do armário a militância que se sente intimidada e constrangida.

Há um enorme contingente de eleitores do PT que militavam solitariamente na internet, mas em consonância com grupos organizados que, agora, estão roendo a corda. Esses grupos precisam ser reunidos.

Bolsonaro já não é um problema tão grande. Está sendo abandonado. Só não será preso se houver um golpe — se Trump vencer Biden no ano que vem, o golpe tem ENORME chance de ocorrer sob patrocínio do Partido Republicano. Mas a extrema-direita está crescendo.

Pesquisa da revista Veja recém-divulgada mostra que a popularidade de Lula começou a cair simultaneamente à campanha que o acusa de não querer uma mulher negra no STF ou por ter nomeado Cristiano Zanin Martins para o STF, entre outros ataques “pela esquerda”.

A reação do militontismo a essa afirmativa será a de sempre, “Então devo ficar calado para o PT não cair?”. É uma daquelas questões retóricas que não leva a lugar algum. Se quiser criticar o governo, assuma que é oposição é pronto. Querer fazer oposição sem se assumir é cafajestice da grossa.

Onde está a reação da esquerda pró-Lula? Não há. Um ou outro esquerdista isolado ousa defender Lula contra todos esses agentes políticos, à esquerda e à direita. Muitos lulistas desistiram de se manifestar e desanimaram de atuar na internet.

Há tempo para reagir, mas não é tão grande. Se a reação começar agora, haverá tempo.

Os ciristas precisam ser devidamente confrontados, porque não constroem nada para si, mas são bons sabotadores ao fingerem ser de esquerda. E a esquerda autoproclamada “não -bovina” não tem objetivo nenhum além de lacrar na internet, mas grita alto.

Todos são instrumentos da extrema-direita nazifascista que atua cada vez mais em nível planetário e que, no Brasil, está crescendo de forma exponencial regada a avalanches de dinheiro do agronegócio e da famigerada Faria Lima.