Folha transforma propina a Alckmin em “caixa 2”
Sempre digo que a Folha de São Paulo é pilotada pelos canalhas mais espertos de toda essa canalhada proto tucana que afirma fazer “jornalismo” nos grupos empresariais Folha, Estado, Organizações Globo e Editora Abril.
Veja bem, amado leitor, essa manchete de primeira página da Folha de São Paulo desta sexta-feira 9. Cita Alckmin, governador de São Paulo por um partido que se encastelou no poder estadual quase vinte anos atrás e não largou mais o osso.
Antes de prosseguir, vale lembrar que o PSDB é o partido que passou os governos Lula e Dilma clamando por “alternância no poder”.
Mas o que interessa mesmo, aqui, é ver como a Folha é muito mais esperta que o resto da malta golpista. Afinal, dá notícias esporádicas contra tucanos que nenhum outro veículo dá em primeira mão – os outros grupos de mídia reproduzem, em matérias escondidas, essas notícias desfavoráveis ao PSDB que a Folha dá, ou nem reproduzem.
A Folha solta notícias desfavoráveis aos tucanos bem minimizadas e esporadicamente, mas solta porque, do contrário, acabarão caindo nas mãos da imprensa alternativa, que ganharia musculatura divulgando fatos que a dita “grande imprensa” sonegou.
O jornal da família Frias, dessa forma, mata dois coelhos com a mesma cajadada: fura a imprensa alternativa e se diferencia da máfia que controla Globos, Estadões e Vejas.
Mas, claro, esse jornal dá tratamento à notícia de forma a suavizá-la. Está sendo assim no caso da delação contra o “santo”, apelido engraçadíssimo que a Odebrecht deu ao governador Geraldo Alckmin, que, de forma igualmente hilariante, nega que seja esse “santo” apesar de as propinas terem sido pagas no âmbito de obras do governo paulista e de o tucano ser um reconhecido rato de igreja.
Para quem não se lembra, o apelido “santo” apareceu associado a obra do governo Alckmin de 2002, na duplicação da rodovia Mogi-Dutra. Papéis apreendidos com o executivo da empreiteira Benedito Barbosa da Silva Jr. traziam as seguintes anotações:
“valor da obra = 68.730.000 (95% do preço DER)”.
Logo a seguir aparecia:
“custos c/ santo = 3.436.500”.
Nas anotações, a palavra “apóstolo”, que havia sido escrita originalmente na página, foi rasurada e trocada por “santo”.
O codinome “santo” também foi citado em e-mail de 2004, enviado por um executivo da Odebrecht que gerenciou a construção da linha 4 – Amarela do Metrô, chamado Marcio Pelegrino. Ele disse na mensagem que era preciso fazer um repasse de R$ 500 mil para a campanha “com vistas a nossos interesses locais”.
O executivo disse às autoridades que o beneficiário do suposto suborno era o “santo”.
A mesma coisa aconteceu em outubro. Diante da inevitável notícia de que Serra também fora subornado por empreiteiras, a Folha não pensou duas vezes e deu notícia que todo resto da mídia tucana sonegou ao público ou que reproduziu de forma muito discreta, sem o estardalhaço feito quando o acusado é do PT.
Essas notícias desfavoráveis ao PSDB que só a Folha dá só servem para mostrar como esses movimentos “contra a corrupção” que atuam nas ruas e na internet são compostos por pilantras. Essa militância finge acreditar que só há corrupção no PT e entre aliados ou ex-aliados do PT e se cala quando aparece alguma coisa contra quem a financia.
Que pessoa correta seria capaz de afirmar que apesar de todo descalabro que vige nas maiores obras do governo de São Paulo os titulares desse governo nos últimos vinte anos não sabiam de nada?
Contudo, meu cético leitor, você tem razão quando diz que tudo isso vai dar em nada. Essas denúncias da Folha só beneficiam a própria Folha. A cena em que um dos tucanos mais denunciados por corrupção confraterniza com o esbirro Sergio Moro mostra que o PSDB obteve licença para roubar.
Olhem aí o tal Moro confraternizando com toda a canalhada tucana. Vocês acham que ESSA Justiça vai tomar alguma providência contra esses vagabundos?
PS: o mais nojento em tudo isso é que, assim como o Jornal Nacional sonegou a notícia de que o “chanceler” José Serra recebeu 23 milhões de propina, sem dúvida vai sonegar a notícia de que o governador de São Paulo sofreu denúncia de corrupção dessa monta.