Bolsonaro aposta em CPI fajuta para empurrar culpa para Lula
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Reuters/Adriano Machado (06/07/2022)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta semana, que espera que os parlamentares da oposição ao governo federal consigam aprovar a criação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai apurar os atos criminosos que ocorreram em Brasília em 8 de janeiro.
Bolsonaro, que continua nos Estados Unidos, também disse que enxerga os atos de invasão aos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional como uma “armadilha feita pela esquerda” e acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de responsabilidade.
“Eu acompanho o trabalho do senador Marcos do Val (Podemos-ES), entre outros parlamentares, estamos Esperamos muito que haja a CPMI para botar em prática levantar isso aí. Foi uma armadilha feita pela esquerda, tanto que o atual presidente não quer CPMI”, afirmou Bolsonaro.
“Quando houve o episódio, no dia seguinte, ele falou que queria a CPI, a esquerda levantou assinaturas. Ele disse eu queria aquilo no dia 1º de janeiro, e deixei para fazer dia 8. Está me acusando diretamente, então vamos abrir a CPMI para ver até onde vai a mina responsabilidade ou a dele, que não chamo de omissão. Ele, no meu entender, tem ação nesse evento do dia 8. Mas deixemos que a CPMI reserve isso aí”, disse o ex-presidente, que disse lamentar o episódio, o qual ele chamou de “inacreditável”.
A entrevista, concedida à Record TV, foi divulgada no canal oficial de Bolsonaro no YouTube com a data desta quarta-feira (23).
Na conversa, o ex-presidente ainda confirmou que existe a previsão de retornar para o Brasil no dia 30 de março e lamentou que teria que entregar à Polícia Federal as armas que lhe foram presenteadas pelos Emirados Árabes Unidos – elas foram devolvidas na tarde desta sexta (24).
“Confesso, com dor no coração, que vou entregar as armas. Está o meu nome lá. Eu pagaria o que eu tenho no meu bolso aqui por aquelas duas armas, mas não vamos criar qualquer polêmica”, disse.