Listas de “petralhas” estariam sendo usadas para perseguições
A melhor indicação de que o Brasil está sob um regime autoritário é a onda de perseguições políticas desencadeada após o golpe que derrubou o governo Dilma Rousseff. Demissões em massa em órgãos públicos por conta da posição política dos servidores, porém, não foram as únicas investidas dos golpistas.
Estranhas ações na Justiça, denúncias do Ministério Público feitas contra servidores ainda podem ser “justificadas” com acusações de envolvimento mesmo que os perseguidos sejam pessoas que jamais participariam de esquemas por serem simples servidores de 4º, 5º escalões – ou ainda mais baixos.
O que assusta é uma onda de demissões em meios de comunicação e empresas em geral fomentada por ideologia e que ainda vai ser condignamente denunciada nesta página e em outras, a partir do momento que os demitidos criarem coragem de falar.
Este blogueiro, porém, nunca teve medo e não é agora que começará a ter.
No momento em que escrevo, retorno de reunião com empresa que me contratou durante anos e anos e que, subitamente, sem explicação, não renovou o contrato. Este ano ocorreram outros casos, mas, até então, eu vinha atribuindo esse problema à crise econômica.
Desta feita, porém, algo mudou. Após a reunião com a direção da empresa, alguém veio se solidarizar comigo. Fomos tomar um café e, durante a conversa, ouvi um aviso bastante preocupante:
— Eduardo, você não vai ter problema só aqui. Você sabe que tá na lista de “petralhas perigosos” feita por aquele Rodrigo Constantino, que trabalhava na Veja?
Obviamente que sei. Sei até que militantes de esquerda criaram uma página no Facebook pedindo para ingressar nessa lista. Figuro na posição 214. Clique aqui para ver a lista de “petralhas perigosos” feita pelo ex-colunista de Veja.
Não é a primeira vez. Em 2012, outro colunista da Veja – desta vez, um que continua trabalhando lá – fez outra lista negra de “petralhas” na qual fui incluído.
Já havia recebido outros relatos sobre o uso dessas listas para promover perseguições políticas na hora em que o governo petista fosse derrubado – essas listas foram feitas com alguma finalidade; ninguém faz uma lista de pessoas se não for necessária para beneficiar ou prejudicar os que nela figuram.
Assim sendo, declaro-me alvo de perseguição política e acuso os autores dessas listas de serem responsáveis por isso e por tudo o mais que possa ocorrer com os alvos dessa iniciativa criminosa, levada a cabo para prejudicar pessoas por conta de suas opiniões políticas, como acontece em toda ditadura.