Racistas se protegem protegendo William Waack
Pretendia escrever um longo post sobre as defesas repugnantes que Augusto Nunes, da Veja, Raquel Sheherazade, do SBT, e Reinaldo Azevedo, da Rede TV, fizeram da agressão criminosa (lei 7716/89) que o ex-âncora da Globo William Waack assacou contra, segundo o IBGE, 54% dos brasileiros. Porém, achei que barbaridades como a que essa gente disse merecia resposta à altura. Eis por que aí vai minha resposta EM VÍDEO a esse surto de corporativismo racista.
Abaixo, o vídeo. Em seguida, uma notícia preocupante sobre esse caso
Homem que divulgou vídeo de W. Waack fala sobre chuva de ataques
“Fico chocado, porque tem muita gente defendendo ele”, diz Diego Rocha Pereira, ex-funcionário da Globo que vazou o vídeo.
Essa semana o Brasil inteiro parou para assistir ao vídeo que colocou em xeque a reputação de William Waack, um dos jornalistas mais importantes da Rede Globo. Nas imagens, ele aparece fazendo um comentário racista, enquanto achava que as câmeras ainda não estavam ligadas.
“É coisa de preto”, diz ele, depois de reclamar das buzinas que ouvia na rua, momentos antes de ir ao ar para falar das eleições americanas. Gravado em novembro de 2016, o vídeo só caiu na rede nessa terça-feira (7) e culminou no afastamento do jornalista.
Na última quinta-feira (9), o operador de VT Diego Rocha Pereira e o designer gráfico Robson Cordeiro Ramos vieram a público para esclarecer que foram eles os responsáveis pela divulgação das imagens. Diego trabalhava na Globo na época em que a filmagem aconteceu e ficou pasmo ao ver o comentário racista de Waack. Aí decidiu gravar o trecho no celular.
Na época, ele enviou o vídeo a Robson, mas ao ter o celular roubado, Diego achava que o material havia se perdido. Dias atrás, eles acabaram achando o vídeo no aparelho de Robson e resolveram divulgá-lo.
Do dia para a noite, os dois tornaram-se figuras públicas e a repercussão do caso está gerando reações de todo o tipo. Se, por um lado, eles vêm sendo elogiados pela coragem, também estão sofrendo muitos ataques.
“A gente vive num país onde, infelizmente, a culpa é da vítima. Sempre vão preferir que você fique em silêncio, ao invés de expor esse tipo de coisa – assim como nos assédios morais e sexuais que a gente vê por aí. Não deve expor, tem que sofrer quieto e fingir que não aconteceu“, diz Diego.
Além da enxurrada de comentários nos posts feitos por portais de notícia, ele conta que as pessoas também o atacam em seu Facebook pessoal. “Pessoas com o mesmo pensamento que ele ficam ofendidas. Porque você está expondo o que é errado. A maioria das pessoas que estão criticando o vazamento do vídeo, é porque compactuam com ele [William Waack]“.
Apesar de saber o quanto o racismo ainda é forte no Brasil, Diego diz que está pasmo em ver que diversas pessoas são abertamente à favor do jornalista. “Fico chocado, porque tem muita gente defendendo ele. As pessoas estão me chamando de oportunista, mau-caráter, petralha… estão confundindo tudo. Está uma loucura isso”.
Por fim, Diego mostra-se indignado com quem ainda acredita que comentários ofensivos como o de Waack deveriam ser encarados apenas como algo sem importância. “As pessoas tentam mascarar o racismo, dizendo que é opinião. Racismo não é opinião, é crime“.