Injustiçar Lula criará FRENTE DE ESQUERDA em 2018

Um dos grandes trunfos da direita brasileira sempre foi a divisão da esquerda. Na verdade, a divisão da esquerda gerou o golpe parlamentar contra Dilma Rousseff.

Eticamente impecável, dona de uma coragem que muito homem não tem, politicamente Dilma Rousseff foi inábil. Não dialogou com movimentos sociais, com sindicatos e com sua base de apoio no Congresso.

Dilma também acirrou tensões com os pequenos partidos de esquerda formados por dissidentes do PT ainda no governo Lula, como o PSOL. Isso gerou uma oposição à esquerda totalmente visceral.

Os partidos, sindicatos, movimentos sociais e até jornalistas e ativistas digitais de esquerda criaram junho de 2013 por terem ficado com mais raiva de Dilma que do PT e de Lula e, assim, foram decisivos para sua queda.

Além de junho de 2013, entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015, esses mesmos partidos, sindicatos e movimentos sociais de esquerda produziram a tese que derrubaria mortalmente a popularidade da então presidente recém reeleita: a tese do “estelionato eleitoral”.

A direita, claro, comprou a tese sem pestanejar e ainda se deu ao luxo de argumentar que quem estava dizendo que Dilma aplicou um estelionato eleitoral na patuleia era…

A ESQUERDA!!

O golpe começou a acordar quem deixou o fígado ocupar a região do corpo comumente habitada pelo cérebro: a cabeça.

A esquerda dizia, nos bons tempos dos governos do PT – quando empregos com carteira assinada eram criados em profusão todos os meses e o salário médio do trabalhador subia da mesma forma –, que os governos petistas eram iguais aos governos de direita.

Não demorou muito para o golpe contra Dilma acordar aqueles cabeças ocas. Além de acabar com a CLT, o governo de direita que sucedeu o governo de esquerda do PT tentou até legalizar o trabalho escravo no país.

O governo tucano-peemedebista de Michel Temer pretende privatizar até o ar que respiramos e promulgou uma lei que acabará com todos os investimentos sociais no país. O teto de gastos públicos está fazendo o Brasil retroceder décadas. Saúde e Educação estão à míngua e assim ficarão até a revogação daquele teto.

Ainda assim, havia uma maior resistência à candidatura Lula 2018 em amplos setores da esquerda. Muitos desses setores achavam que deveriam ter candidatura própria porque o cenário turvo quanto à candidatura do petista criaria espaço para crescimento dos pequenos partidos.

Dois fatores estão fazendo a esquerda repensar sua eterna divisão.

O primeiro fator que poderá unir a esquerda é a conduta impressionante da 8ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região causou perplexidade porque nunca houve, no Brasil, uma condenação em duas instâncias em menos de seis meses.

Aliás, outro fator que causou extrema perplexidade foi o TRF4 decidir julgar Lula no dia em que a falecida esposa de Lula teve um AVC e começou a morrer: 24 de janeiro de 2017.

Em várias organizações de esquerda refratárias a Lula e ao PT eclodiu comoção ante uma epifania que se produziu: a direita pretende eliminar Lula e aproveitar a divisão da esquerda para enfiar um Temer II pela goela do país.

Geraldo Alckmin é o favorito do mercado financeiro, dos ruralistas, das bancadas parlamentares do boi, da bala, da bíblia, das operadoras de telefonia, dos planos de saúde, dos bancos, enfim, da elite minúscula que concentra quase toda a renda do país e deixa a maioria à míngua.

O golpe trouxe de volta a fome que Lula erradicara, fez explodir a concentração de renda e impôs um clima obscurantista no país, com ataques fascistas até a exposições de arte, peças de teatro etc.

A esquerda mais radical já percebeu que com a prisão de Lula e uma esquerda dividida, o Brasil regredirá ao século XIX com Alckmin ou, Deus nos livre, à Idade Média com Bolsonaro.

Lula pode se tornar o mártir que unirá toda a esquerda brasileira sob uma frente única para disputar a Presidência da República em 2018 ao colocar em comoção dezenas de milhões de brasileiros que querem votar nele.

E, para que isso aconteça, não precisará muito: bastará o TRF4 condená-lo e impedir a sua candidatura.

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