Prender Maluf é fácil; queremos ver prender o Aécio

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O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), 86, chegou às 8h54 desta quarta-feira (20) à sede da Polícia Federal de São Paulo, onde se entregou para acatar a decisão do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou que o político comece a cumprir pena em regime fechado pelo crime de lavagem de dinheiro.

Este blogueiro é um dos que atravessou a vida repudiando Maluf, símbolo eterno do antipetismo, do antilulismo e da ditadura militar.

Maluf colocou uma horda de assassinos para saírem pelas ruas atirando em pobres e negros primeiro e perguntando depois quem eram, a famigerada “Rota”, e ainda se gabava disso.

Maluf impôs salários miseráveis a professores e ainda debochava deles dizendo que as professoras não eram mal pagas, eram “mal casadas”.

Maluf usou dinheiro público descaradamente para se promover politicamente. Seu discurso contra Lula e o PT era furibundo exatamente como o de João Doria.

Maluf, quando governou São Paulo, fazia o governo do Estado gastar fortunas em flores para as mulheres dos deputados e senadores convencionais que escolheriam o presidente em 1985 no Colégio Eleitoral.

Maluf usou dinheiro público para presentear cada jogador da Seleção campeã de 1970 com um fusca zero quilômetro.

Maluf fez um túnel em São Paulo, o Complexo Viário Ayrton Senna, cujo quilômetro construído foi mais caro do que o túnel sob o oceano Atlântico que liga a França à Inglaterra.

Maluf foi, por décadas, ao longo de minha vida toda, o símbolo da corrupção no Brasil.

Eis porque acho que a prisão de Maluf não passa de um golpe publicitário, um golpe político do Partido do Judiciário para amenizar a percepção crescente das pessoas de que a Justiça só persegue petistas e aliados do PT e alivia com a direita tucano-peemedebê.

Maluf foi poderoso, inalcançável, apoiado, toda a vida, pela Justiça paulista, que, até hoje, julga de acordo com o poder aquisitivo e a filiação partidária, sem falar na cor da pele e na origem nacional dos julgados. Atualmente, porém, não é mais.

É um homem às portas do fim. Aos 86 anos, alquebrado, dificilmente ficará preso muito tempo devido ao seu estado de saúde e, estando solto, não oferece mais risco algum à sociedade. A foto dele, alquebrado, próximo ao fim indo para a prisão é uma vergonha.

Não querem fazer Justiça, querem dizer que a Justiça é isenta.

Maluf é parlamentar, assim como Aécio Neves. Um é deputado, o outro é senador. O STF mandou prender Maluf, mas não mandou prender Aécio. Por quê? Ora, porque Aécio é intocável, assim como Temer, Alckmin, Serra, FHC, a família sonegadora do falecido Roberto Marinho e tantos outros que a lei não alcança.

Por que o STF não decidiu pedir licença à Câmara dos Deputados para prender Maluf, como fez com Aécio? Afinal, há muito mais provas contra o tucano do que contra o pepista, ex-esbirro da ditadura militar.

A Justiça brasileira é uma vergonha. Além da parcialidade, ainda usa o poder de Estado para jogadas políticas. Até quando?

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