Doria quer que Alckmin defenda Temer na campanha

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Definitivamente, o ex-prefeito e candidato tucano a governador de SP João Doria não gosta muito de Alckmin. Está defendendo que o colega tucano defenda “o legado” de Michel Temer na campanha. Detalhe: Temer tem mais de 90% de reprovação dos brasileiros

O ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo do estado João Doria (SP) disse nesta quarta-feira (9) que o PSDB pode defender o legado econômico do governo Michel Temer em troca de apoio do MDB à candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin à Presidência da República. Já o presidenciável tucano, que vinha conversando com Temer, preferiu esquivar-se de bancar qualquer defesa do governo.

“Não vejo nenhum problema, numa eventual coligação com o MDB, em defender a política econômica implantada pelo ex-ministro Henrique Meirelles [Fazenda]. Ela é boa, positiva, ajudou o Brasil, estancou a inflação, melhorou os índices do país, apresentou crescimento econômico, foi responsável fiscalmente. Nenhum problema de fazer a defesa de uma política econômica feita no governo Temer, no governo do MDB”, disse Doria ao deixar uma reunião com Temer e vários outros integrantes do partido.

O PSDB reuniu deputados e senadores em Brasília com o objetivo de apresentar as principais linhas que o partido defenderá na economia durante a eleição. Também foi discutida a estratégia de marketing político.

Ao fim do encontro, Alckmin foi questionado por jornalistas sobre a possibilidade de defesa deste legado. O presidenciável desconversou, alegando que o MDB tem pré-candidatos colocados —o próprio Temer e o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

“Isso não está colocado neste momento”, disse Alckmin. “O MDB tem candidato e é o doutor Henrique Meireles. Então seria até uma indelicadeza a gente prospectar sobre isso.”

A hesitação do tucano indica um cálculo político: com a saída de Joaquim Barbosa (PSB) da corrida presidencial, Alckmin pode herdar votos do ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e ocupar o espaço de candidato de centro sem a necessidade de defender Temer, cujo governo carrega uma desaprovação de 70%.

Apesar de o MDB ter pré-candidaturas apresentadas, aliados do presidente têm dito abertamente que, se Alckmin quiser ser o candidato governista, terá que defender o legado de Michel Temer.

Na segunda-feira (7), o ministro Carlos Marun (Governo) afirmou que, para receber o apoio do MDB, os possíveis aliados teriam que defender o governo.

“As alianças vão ficar lá para junho, só em julho vamos ter um quadro melhor. Eu defendo falar do futuro, esperança, emprego, emprego, emprego, renda, renda, melhorar a vida das pessoas”, disse Alckmin.

“Tenho grande apreço pelo Marun, ele é meu vizinho. Só o que nos separa é o rio Paraná”, concluiu o ex-govenador, fazendo referência ao Estado de origem política de Marun, o Mato Grosso do Sul.

Com informações da Folha