Haddad segue Lula e ensina civilidade ao Coiso

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Fernando Haddad assimilou o melhor de Lula, a capacidade de ser mais civilizado que os adversários se recusando a ser arrastado por eles a baixarias. Lula enfrentou cinco eleições presidenciais sem romper o pacto civilizatório, mas sendo firme na reação a agressões. Assim Haddad desmoralizou Bolsonaro ao reagir com elegância e firmeza

Tinha tudo para ser uma troca de insultos barata como as que ocorrem comumente entre adversários políticos.

A tentativa de Fernando Haddad de racionalizar com o candidato da raiva e do ódio, Jair Bolsonaro, mostrou-se infrutífera como, talvez, devesse ser previsível. Ao receber proposta do petista para elevar o nível da campanha, reagiu com insultos.

Haddad propôs na segunda-feira (8) a Jair Bolsonaro (PSL) um ‘pacto ético’ contra a disseminação de fake news no 2º turno.

O petista disse que, no primeiro turno, houve uma enxurrada de notícias falsas sobre ele e a vice Manuela D’Ávila, principalmente no WhastApp. Em seguida, propôs à campanha de Bolsonaro um pacto ético em relação a fake news.

“A Justiça Eleitoral tem que ser mais rápida para tirar essas ofensas do ar e, por isso, eu proponho um pacto ético entre as campanhas, uma carta de princípios, contra as fake news”, disse Haddad durante coletiva à imprensa em Curitiba.

A reação de Bolsonaro foi a pior possível; chamou Haddad de “canalha” por propor que as duas campanhas, a sua e a do adversário, combatessem fake news eventualmente produzidas entre as suas militâncias para uso na campanha eleitoral.

Políticos e cidadãos menos preparados reagiriam com raiva à raiva do agressor, mas Haddad deu um sinal inequívoco de como um homem público tem obrigação de se portar. Reagiu, mas com elegância e senso de decência.

Em entrevista a Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, Fernando Haddad criticou a agressão de Jair Bolsonaro.

Sobre a negação do adversário em assinar um termo contra as fake news e ainda chamando-o  de “canalha” por ter feito a proposta, Haddad levantou o tom: “A gente sabe de onde vêm (as mentiras). (Não assinar é) atestado de desonestidade. Ele só cresce na mentira”, respondeu.

E o pior é que Bolsonaro mentiu. Disse ter sido alvo de fake news do petista, que denunciou que sua campanha propunha taxar os pobres.

Em mau português, disse que”Desde o início propomos (sic) isenção a quem ganha até R$ 5.000. O PT quer roubar até essa proposta”, postou Bolsonaro no Twitter, mentindo descaradamente, uma vez que seu plano de governo, de 81 páginas, entregue ao TSE no início da campanha, não apresenta proposta sobre Imposto de Renda.

Já a proposta de isentar de tributação quem ganha até R$ 5 mil foi feita por Fernando Haddad em seu plano de governo também já apresentado.

A resposta truculenta de Bolsonaro só confirma o caráter de sua campanha e do candidato da extrema-direita. Já a resposta de Haddad desmontou a mentira do adversário, que, por dizer mentiras como essa, obviamente que não poderia assinar um pacto contra fake news.

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