Bolsonaro tem que escolher melhor suas batalhas

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Ex-integrantes da equipe econômica do governo que atuaram na linha de frente de diferentes administrações nos últimos anos temem que Jair Bolsonaro (PSL) desperdice o bônus de sua popularidade se não escolher bem as batalhas que enfrentará no Congresso nos primeiros meses após a posse. Fazer a reforma da Previdência aos poucos será sua melhor opção para alcançar resultados rapidamente, eles dizem. Deixar para depois o debate sobre os impostos seria mais prudente, sugerem.

Para esses observadores, o ideal seria começar com mudanças encaminhadas por Michel Temer (MDB), como a idade mínima para aposentadorias. O novo regime de capitalização proposto pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, poderia ficar para depois, dizem.

Uma estratégia gradual também seria melhor para a reforma tributária, sugere um deles. Mexer nos impostos estaduais obrigaria Bolsonaro a enfrentar logo no começo negociações difíceis com os novos governadores, num momento em que muitos estados enfrentam situação financeira frágil.

A consultoria internacional Eurasia aumentou de 55% para 60% as chances de aprovação de mudanças significativas na Previdência no início do novo governo. Pesquisas que apontam otimismo com Bolsonaro levaram à revisão das projeções dos analistas na sexta (21).

Sondagem realizada com 60 lideranças do Congresso pela agência In Press Oficina com o site Congresso em Foco indica que há condições de aprovar a idade mínima para trabalhadores do setor privado e aumentar a dos funcionários públicos civis.

Senadores que buscam espaço na equipe de articuladores políticos formada pelo futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), estão de olho na vaga do deputado Leonardo Quintão (MDB-MG), um dos parlamentares não reeleitos que foram recrutados.

Paulo Bauer (PSDB-SC), que deixará o Senado e também ficará sem mandato a partir de fevereiro, é cotado para o posto. A tendência é deslocar Quintão para outro cargo no governo se a troca for levada adiante.

Da FSP