Guerra contra Globo vai triturar Bolsonaro

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Bolsonaro cometeu um erro descomunal. Nem a sorte incrível desse político medíocre – que, apesar de em 27 anos na Câmara não ter aprovado um mísero projeto, virou “mito” para seu eleitorado idiota – irá ajudá-lo. A guerra que ele comprou com a mídia conservadora irá fazer picadinho desse fascista que a burrice obrou em cima do assento da cadeira presidencial.

Não vai tardar para todos enxergarem a sorte incrível de Bolsonaro ao chegar à Presidência da República sem ter praticado um só feito que justificasse. A comparação com Fernando Collor nem é apropriada, pois este chegou ao poder por descender de uma família de políticos ricos de Alagoas detentora de uma concessão da Globo.

Bolsonaro chegou ao poder de paraquedas. Por conta de uma sorte incrível e de uma falta de educação social tão grande que encantou todos os cretinos, mal-educados, mesquinhos e truculentos deste país – entre homens e mulheres.

Intelectualmente, chamá-lo de anão seria pouco. É uma besta quadrada. E ter baixa escolaridade nem é a causa, pois Lula também tem e, assim mesmo, realizou uma imensa obra no sindicalismo brasileiro, confundindo-se com a redemocratização do Brasil de uma forma que, aí sim, justificaria chama-lo de mito.

Mas a ignorância e a burrice proverbiais de Bolsonaro já estão lhe custando caro. De todas as burrices que vem cometendo – como a de mandar o laranja de sua família sumir do mapa, levantando muito mais suspeitas –, a guerra com a mídia conservadora, que o apoiaria gostosamente se ele tivesse cérebro, é inexplicável.

Durante e após a campanha, Bolsonaro ameaçou cortar verbas de publicidade da Globo e do resto da grande mídia e vem barrando todos os órgãos de imprensa, de esquerda e de direita, em suas aparições em público – ainda não se submeteu a nenhuma coletiva de imprensa de verdade.

Agora, Bolsonaro já começa a colher os resultados. Antes mesmo da posse, já enfrenta um enorme escândalo, cheio de fatos concretos, mas que seria docemente engavetado pela mídia se não estivesse provocando essa guerra com órgãos de imprensa que até tentaram bajulá-lo, como o Estadão em seus editoriais fascistas, mas o jornal foi barrado em entrevistas coletivas.

A reação do jornal reacionário e praticamente de extrema-direita não tardou. O Estadão rompeu a bajulação de seus colunistas e editorialistas a Bolsonaro e divulgou – timidamente – a matéria sobre o Coaf ter localizado as movimentações “atípicas” do laranja bolsonário, Fabrício Queiroz.

A Folha, pela matéria que publicou durante a campanha denunciando o abuso de poder econômico de Bolsonaro ao gastar bilhões com fake news propagadas por Whats App,  também entrou na linha de tiro bolsonariana.

Agora, porém, a Globo sinaliza que vai trucidar o novo governo. O porta-voz oficioso das organizações Globo, Merval Pereira, já deixa claro que irá partir pra cima. Diz Merval em sua última coluna:

Se analisado em suas diversas facetas, o caso do motorista de Flavio Bolsonaro é mais grave do que o provável desvio de parte do salário dos seus funcionários. O STF proíbe a contratação de parente de servidor comissionado. No caso, há o motorista, a esposa dele, as duas filhas, o ex-marido da esposa e a filha dele. Muitos sem prestar qualquer serviço.  E se completa com a indisfarçável cumplicidade do futuro presidente, ao contratar uma das filhas, exonerada ao mesmo tempo que o motorista, quando o escândalo veio à tona, numa provável tentativa de encobrimento

Para quem conhece a Globo, é uma declaração de guerra em um contexto em que a popularidade de Bolsonaro deve despencar em breve devido não só à crise internacional que vem por aí, mas, também, por conta das medidas contra os trabalhadores e pró empresários, como a eliminação total de direitos trabalhistas que ele prometeu recentemente.

A sorte – e o azar – do Brasil é que Bolsonaro é muito, muito burro, apesar de sortudo. Sorte porque seu governo vai ensinar uma lição aos insensatos que votaram nele; azar porque o mal que irá causar não será só aos seus eleitores, mas também a quem conseguiu enxergar a loucura que era eleger alguém como ele.

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