Bolsonaro foi o político que mais tentou censurar informações na internet

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Nunca antes na história deste país houve tanto uso da Justiça para retirar conteúdo negativo sobre políticos do ar quanto nas eleições de 2018. Foram ao todo 771 ações contra posts críticos de redes sociais, reportagens jornalísticas, vídeos etc. Em 2014, haviam sido 648 ações do tipo. Os dados são da plataforma Ctrl+X, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que monitora pedidos judiciais de retirada de informações feitos desde 2002.

O surpreendente é que a campanha de 2018 durou apenas 45 dias, foi a metade do tempo de 2014.

Esse número não inclui ações judiciais que tentaram excluir da internet casos classificados por serviços de checagem como notícias falsas.

Também houve recorde de pedidos de censura prévia, quando a ação judicial requer que o juiz determine que um conteúdo seja removido da internet e que o autor desse conteúdo seja proibido de voltar a publicar sobre o tema. Foram 245 ações com esse pedido, 33% a mais que em 2014, quando foram 149 ações. Os juízes acataram esse tipo de pedido 39 vezes, contra 42 vezes em 2014.

Cerca de uma em cada quatro tentativas judiciais de retirar páginas do ar em 2018 incluiu pedidos de censura prévia.

Os partidos campeões nos pedidos de remoção de conteúdo foram PSDB (113 vezes), MDB (114 ações) e PSD (50).

O político que mais vezes tentou remover informações negativas da internet em 2018 foi Jair Bolsonaro (33 vezes), a exemplo das tentativas de impedir a divulgação de pesquisa do Datafolha, retirar as reportagens sobre o caso da servidora que recebia de seu gabinete trabalhando numa loja de açaí, a Val do Açaí, e também de remover da internet a reportagem da “Folha de S. Paulo” que relatava atuação de empresários de maneira ilegal em seu favor no Whatsapp.

Além disso, o presidente eleito moveu várias ações tentando esconder posts críticos no Facebook.

Em seguida, vieram Expedito Júnior (24 processos), derrotado na disputa pelo governo de Rondônia, e a ex-governadora de Roraima Suely Campos (18).

Da Época