Impedir Lula de velar irmão foi tiro no pé
A negativa da juíza teleguiada de Moro para que Lula acompanhasse o enterro do irmão Vavá é um ato vil, mesquinho e ilegal. Até Suzane Von Richthofen – que matou pai e mãe a pauladas – pôde sair da prisão para “comemorar o dia dos pais”. Até a ditadura militar deu a Lula o direito de ir ao enterro da mãe. Eles vão se arrepender desse ato desumano.
“Suzane Von Richthofen saiu para comemorar o dia das mães e dos pais, mesmo não os encontrando em casa, porque foram assassinados por ela e o ex-namorado. Enquanto isso, Lula não pôde ir ao velório do irmão que perdeu a luta contra o câncer”, lembra o leitor do Blog da Cidadania Adriano Adauto.
Nesta terça-feira, o jornal O Globo – vejam bem, O Globo – lembrou que até a ditadura militar deixou Lula sair da prisão para ir velar a mãe morta.
Durante a Ditadura Militar, há 38 anos, o então operário Luiz Inácio da Silva foi autorizado pelo diretor-geral do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), Romeu Tuma, a comparecer ao velório de sua mãe, Eurídice Ferreira, conhecida como Dona Lindu.
O filho, que se tornaria presidente, estava preso há 24 dias por liderar uma greve no ABC Paulista. Quase quatro décadas depois, Lula, de volta ao cárcere, é impedido de ir ao velório do irmão recém-falecido, o Vavá.
A decisão de impedir Lula de ir velar o irmão morto, além de tudo, é uma ilegalidade. As permissões de saída estão previstas nos artigos 120 e 121 da Lei de Execução Penal, nos seguintes termos:
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
O absurdo da decisão da juíza Carolina Lebbos, encarregada da “execução penal” de Lula, decorrem de sua submissão ao ex-juiz Sergio Moro, que abandonou a toga após cumprir missão que, seguramente, lhe foi confiada por Bolsonaro antes de ele deixar o cargo: a de tirar Lula do páreo na eleição de 2018, na qual ele seria cabalmente derrotado pelo ex-presidente, se este tivesse podido concorrer.
Diante disso, o ministro do STF Dias Toffoli concedeu a Lula o direito de deixar o cárcere para ao menos se reunir com a família.
Apesar de o STF ter comprovado como foi absurda a decisão da juíza teleguiada por Moro, essa decisão ter vindo só após o irmão de Lula ter sido enterrado soa como uma chacota. Evidentemente que Lula não poderia coonestar essa palhaçada usando a concessão tardia do direito constitucional que lhe foi negado e, por isso, abriu mão de usá-la.
Até o general-vice-presidente, Hamilton Mourão, surpreendeu-se com a truculência, com a bestialidade dessa mulher que Moro controla com joystick, lembrando ao Judiciário que Lula ter saído do cárcere para velar o irmão morto era uma questão humanitária. Mas essa psicopata que executa a pena de Lula não se deixa deter por “bobagens” como humanismo.
Seja como for, ela, Moro e Bolsonaro acabam de dar um tiro no pé. Não haverá quem não ficará chocado com esse ato de bestialidade contra um líder político cujo único “crime” foi o de melhorar a vida de dezenas de milhões de brasileiros. O povo vai vendo, entendendo, aprendendo e, cedo ou tarde, responderá à escória à qual essa juíza pertence.