Esquerda retoma o poder na Espanha

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Foto: Sergio Perez/Reuters

Após a quarta eleição em 4 anos, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e a coligação de partidos de esquerda Unidos Podemos (UP) chegaram a um acordo preliminar para formar um novo governo na Espanha, apesar do avanço da extrema direita no pleito do último domingo 10.

“O país precisa de um governo que comece a caminhar o quanto antes”, afirmou Pedro Sánchez, líder do PSOE e primeiro-ministro interino pouco depois da divulgação do pacto que foi apresentado no Congresso dos Deputados e que considerou como “estável” para iniciar um mandato.

Até então, Pablo Iglesias, representante da coligação UP, se negava a formar uma aliança com o PSOE. A última tentativa de formar uma coalizão ocorreu após o pleito de abril deste ano. Com o prazo final para a organização do governo se aproximando, Sanchez foi obrigado a convocar novas eleições para o dia 10 de novembro.

Na Espanha, é preciso maioria no Parlamento para a formação de um governo. Ao todo, são 350 cadeiras, e o PSOE conseguiu 120, enquanto a UP ficou com o quarto lugar, com 35. Assim, ainda faltariam 16, que estão sendo buscadas em outros partidos de esquerda e regionais.

Segundo a imprensa espanhola, houve um acerto para que Iglesias tenha o cargo de vice-primeiro-ministro, em um sinal claro de que o PSOE finalmente cedeu em dividir o poder. Iglesias classificou o acordo como “a melhor vacina contra a extrema-direita”.

Alberto Garzón, outra liderança do Podemos, antecipou a formação do governo por sua conta no Twitter. Disse que com as negociações “alcançamos um acordo para um governo de coalizão entre Unidas Podemos e PSOE”. Pouco tempo depois, Sanchez e Iglesias anunciaram o novo governo em uma coletiva de imprensa.

O acordo firmado entre as esquerdas espanholas ainda não detalha a distribuição de cargos ou o funcionamento do novo governo. Entretanto, apresenta em 10 artigos os princípios que serão seguidos pela nova coalizão.

Entre as medidas, estarão políticas para diminuir a precarização do trabalho, incentivo a pequenas e médias empresas e funcionários autônomos, enfrentamento da mudança climática, investimento na cultura e educação e, principalmente, “garantir o diálogo dentro da Catalunha” sempre se baseando na Constituição espanhola.

O PSOE foi a legenda mais votada nas eleições de domingo. Em segundo lugar ficou o principal partido da oposição, o conservador Partido Popular (PP). Mas o grande vencedor do pleito foi o Vox, o partido mais à direita do espectro parlamentar espanhol e que apenas sete meses depois de sua entrada no Congresso dos Deputados se apresenta como a terceira legenda mais votada, com 52 assentos, mais que o dobro dos 24 que obteve em abril.

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