Boicote à posse de líder argentino é revés diplomático

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Foto:Jorge Silva/Reuters

De acordo com a UOL, Bolsonaro será o primeiro presidente brasileiro em 30 anos a não comparecer à posse de um par argentino eleito pelas urnas. Além do presidente não participar da cerimônia de posse de Alberto, o governo brasileiro decidiu não mandar representantes à Argentina.

Bolsonaro afirmou que “nosso comércio com a Argentina continua sendo da mesma forma, sem problema nenhum, não vai se mexer em nada”. No entanto, os analistas ouvidos pela reportagem em Buenos Aires falam em “sinal ruim” e situação inédita.

Por volta de um mês, o governo brasileiro havia afirmado que o ministro da Cidadania Osmar Terra seria enviado para a posse de Fernández. Porém, ontem o jornal argentino Clarín afirmou que Bolsonaro cancelou a ida de Terra depois de Rodrigo Maia ter se reunido com seu par argentino, Sergio Massa, e com o presidente eleito, Alberto Fernández.

Francisco de Santibañes, membro do Conselho Argentino de Relações Internacionais comentou sobre o caso: “É um sinal muito ruim. Dá a impressão de que Bolsonaro não está muito interessado no Mercosul e que talvez só se mantenha no bloco pela possibilidade da ratificação do acordo com a União Europeia”.

Para Santibañes, a postura de Bolsonaro é similar à de outros “líderes conservadores populares”, como Donald Trump e o primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson, que “desconfiam das organizações ou acordos internacionais porque lhes tira autonomia e margem de manobra”.

Segundo ele, “É cada vez mais importante que Argentina e Brasil coordenem sua política exterior para não ficarem envolvidos no conflito, que pode nos prejudicar”, e acrescentou que “não precisa haver amizade, mas sim diálogo para evitar a falta de entendimento”.

Redação com UOL