Greta: “Não teria perdido meu tempo com Trump”

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A ativista adolescente do clima Greta Thunberg disse nesta segunda-feira, 30, que conversar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o aquecimento global teria sido uma perda de tempo, pois ele não teria lhe dado nenhuma atenção.

Em uma entrevista ao programa Today, da rádio BBC, do qual foi a editora convidada, Greta também disse que considera engraçados os ataques pessoais que sofre e que espera voltar a ter uma vida normal.

Um vídeo da ativista sueca de 16 anos olhando para Trump em uma cúpula do clima da ONU em Nova York em setembro viralizou nas redes sociais. Trump questiona a ciência climática e está retirando os EUA do Acordo de Paris de 2015 contra a mudança climática.

Indagada sobre o que teria dito ao presidente se tivessem conversado, ela respondeu: “Sinceramente, acho que não teria dito nada, porque obviamente ele não está ouvindo os cientistas e especialistas, então por que me ouviria?”

“Então eu provavelmente não teria dito nada, não teria perdido meu tempo”, acrescentou.

Neste mês, Trump disse no Twitter que Greta precisa de tratamento para a raiva, enquanto o presidente Jair Bolsonaro a chamou de “pirralha”.

“Estes ataques são engraçados, porque obviamente não significam nada”, disse. “Acho, claro, que significa algo, que eles estão aterrorizados porque pessoas jovens estão provocando mudanças que eles não querem, mas isso na verdade só prova que eles nos veem como um tipo de ameaça.”

Greta chamou a atenção do mundo quando iniciou uma campanha espontânea aos 15 anos faltando à escola às sextas-feiras para protestar diante do Parlamento sueco.

Os protestos vêm inspirando milhões de jovens a agir para combater a mudança climática.

Greta, que foi eleita pela revista Time como a Pessoa do Ano de 2019, disse que se tornar uma ativista a ajudou a tirá-la da depressão de que sofria.

Mas ela também disse: “Espero não ter que continuar sendo uma ativista do clima. Só quero ser como todo mundo. Quero me educar e ser uma adolescente normal”.

Estadão