População de Resende tem vergonha de Queiroz
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A ação do Ministério Público Estadual (MP-RJ) que mira um suposto esquema de “rachadinha” envolvendo ex-assessores do hoje senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) tomou conta das rodas de conversa formadas nos cafés de Resende. A ação, desencadeada nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 18, tem como alvo parentes do presidente Jair Bolsonaro na cidade do Sul Fluminense e também Fabrício Queiroz.
O comércio de Resende ainda nem havia aberto as portas quando as diligências começaram a ser cumpridas. Somente padarias e locais que servem café da manhã estavam com as portas abertas. Na TV, a notícia da “batida” em endereços de Resende pegou muita gente de surpresa. Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, e um dos alvos da operação é pessoa conhecida na cidade e ativa na política local. Usando o nome de “Cristina Bolsonaro”, ela foi candidata a deputada federal em 2018, obtendo apenas 4.555 votos.
– Pensei que isso não fosse dar em nada. A gente lamenta, né, pois de alguma forma é nome da cidade – disse um mecânico, que tomava café no centro da cidade e preferiu não se identificar.
– São pessoas conhecidas, não quero me meter nisso, não – disse ele.
Outro trabalhador, que também não quis se identificar, disse que todos devem ser investigados, sem distinção.
– É uma pena, mas se fizeram errado devem pagar. Não pode ser privilegiado por ser parente do presidente. Ele (Jair Bolsonaro) mesmo já falou que se o filho fez algo errado que pague por isso. Esse pessoal que mora em Resende, a gente algumas vezes vê na rua, deve esclarecer tudo e pronto -afirmou.
Além de Ana Cristina, outras pessoas que vivem ou viveram em Resende são alvos da operação. José Procópio Valle, ex-sogro de Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Bolsonaro, além dos primos Francisco Diniz, Daniela Gomes, Juliana Vargas e os tios Guilherme dos Santos Hudson, Ana Maria Siqueira Hudson, Maria José de Siqueira e Silva e Marina Siqueira Diniz.