Adriano Machado/Reuters

Salles agora é investigado por forçar laudo

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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é investigado em um inquérito do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por ter pressionado um perito a mudar um laudo que era prejudicial à empresa para qual advogava.

Na denúncia, o perito narrou como Ricardo Salles montou um esquema, dentro da Corregedoria de Polícia Civil, para coagi-lo a se retratar de um laudo pericial. Além disso, um delegado afirma, no inquérito, que Salles tentou defender os interesses do Grupo Bueno Netto enquanto atuava como secretário do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

A denúncia tramita na 6ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital do MP-SP e investiga fatos que ocorreram entre 2014 e 2016. A promotoria ainda não determinou se o processo contra Salles se tornará uma denúncia ou se será arquivado.

Procurada, a assessoria de imprensa do ministro do Meio Ambiente disse que “trata-se de uma acusação mentirosa, sem qualquer fundamento, iniciada por Eduardo Bottura, conhecido como um dos maiores litigantes profissionais do Brasil”.

Empreiteira contesta denúncia

O MP enviou ao G1 a portaria e a prorrogação que apuram supostos atos de improbidade cometidos por Ricardo de Aquino Salles, Rui Antônio Karan Filho, Nestor Sampaio Penteado Filho com o objetivo de beneficiar a empreiteira Bueno Netto. A promotoria notificou todos eles em fevereiro de 2016, mas ainda não definiu se a representação vai virar denúncia ou se será arquivada. Em julho de 2019 a promotora responsável pediu a prorrogação da investigação.

No ato da prorrogação, a defesa dos suspeitos alega que toda a denúncia é um esforço de Luiz Eduardo Bottura para constranger seu ex-sogro, Adalberto Bueno Netto, representante da construtora.

De acordo com a representação apresentada ao MP, Ricardo Salles foi constituído advogado da empresa enquanto tramitava no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo, um inquérito policial sobre fraudes financeiras que teriam sido cometidas pelo Grupo Bueno Netto.

A acusação é de que Salles teria cometido atos de improbidade na defesa do grupo durante a investigação do Deic. Um dos episódios citados tem relação com um laudo produzido por um perito do instituto de criminalística.