Brasil volta a ter déficit cambial

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Foto: Scott Eells/Bloomberg

O Brasil registrou um déficit em suas transações correntes de US$ 5,691 bilhões em dezembro de 2019. O Banco Central (BC) estimava déficit de US$ 6 bilhões. Em dezembro de 2018, o saldo da conta corrente havia sido negativo em US$ 6,116 bilhões.

No ano passado como um todo, o saldo foi deficitário em US$ 50,762 bilhões, o equivalente a 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária. A projeção do BC era de déficit de US$ 51,1 bilhões, ou 2,8% do PIB.

Em 2018, o país havia acumulado déficit de US$ 41,540 bilhões (2,22% do PIB).

Nos 12 meses acumulados até novembro de 2019, o saldo negativo nas transações internacionais relativas a comércio, rendas e transferências unilaterais foi de US$ 51,187 bilhões, o equivalente a 2,78% do PIB.

O Investimento Direto no País (IDP) somou US$ 9,434 bilhões em dezembro, segundo o BC. Em dezembro de 2018, o IDP havia sido de US$ 8,294 bilhões.

No ano passado como um todo, o IDP somou US$ 78,559 bilhões, o equivalente a 4,27% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pela autoridade monetária para o ano passado. O montante foi mais do que suficiente para cobrir o déficit em conta corrente de 2,76% do PIB.

Em 2018, o ingresso de IDP havia sido de US$ 78,163 bilhões (4,18% do PIB).

Fazem parte do IDP os recursos destinados à participação no capital e os empréstimos diretos concedidos por matrizes de empresas multinacionais as suas filiais no país e vice-versa. O retorno de investimento brasileiro no exterior também integra essas estatísticas.

As empresas remeteram liquidamente US$ 3,496 bilhões em lucros e dividendos para o exterior no mês de dezembro, de acordo com o BC. Em dezembro de 2018, o país havia remetido a outros países US$ 6,071 bilhões. No ano completo de 2019, houve saída de US$ 31,126 bilhões, contra US$ 36,538 bilhões em 2018.

Os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram saída líquida de US$ 4,458 bilhões em dezembro, após saída de US$ 327 milhões em novembro, segundo o BC.

No ano passado como um todo, o resultado foi negativo em US$ 11,034 bilhões. Em 2018, havia sido registrada saída líquida de US$ 6,403 bilhões.

No mercado de renda fixa, saíram liquidamente US$ 3,392 bilhões em dezembro e US$ 8,344 bilhões no ano. Considerando apenas as negociações no país nesse segmento, o resultado foi negativo em US$ 3,547 bilhões no mês passado. No ano, a conta ficou negativa em US$ 3,970 bilhões.

O fluxo de investimentos estrangeiros em ações via bolsas de valores resultou em saída de US$ 547 milhões em dezembro, considerando tanto aplicações via bolsa brasileira quanto via Bolsa de Nova York. No acumulado do ano, a conta foi negativa em US$ 4,742 bilhões.

As novas emissões de dívida externa de médio e longo prazo por empresas privadas e estatais somaram o equivalente a 28% das amortizações vencidas ao longo de dezembro. Rolagem abaixo de 100% aponta que as novas colocações foram insuficientes para cobrir todos os pagamentos. Em dezembro de 2018 a taxa de rolagem ficou em 91%. Em 2019, a taxa foi de 80%, contra 92% um ano antes.

Para empréstimos tomados diretamente, ou seja, sem emissão de títulos no mercado internacional, o BC apurou taxa de rolagem de 25% em dezembro (93% em dezembro de 2018). Em 2019, a taxa foi de 92%, mesmo número do ano anterior.

Para emissões envolvendo lançamento de títulos, como bônus, “notes” e “commercial papers”, o percentual foi de 144% no mês passado (78% em dezembro de 2018). No ano passado, por sua vez, a taxa foi de 51%, contra 92% em 2018.

Os brasileiros gastaram US$ 1,497 bilhão em viagens internacionais no mês de dezembro, contra US$ 1,403 bilhão em dezembro de 2018. Os estrangeiros que estiveram no país deixaram US$ 509 milhões, contra US$ 488 milhões no mesmo mês de 2018. Assim, houve um déficit na conta de viagens de US$ 987 milhões no mês passado.

No ano, o resultado foi negativo em US$ 11,681 bilhões, contra déficit de US$ 12,345 bilhões em 2018.

Valor