Embaixada alemã critica discurso nazista de Alvim
A Embaixada da Alemanha no Brasil reagiu, nesta sexta-feira, à citação do ministro de propaganda nazista, Joseph Goebbels, pelo secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, em um pronunciamento. A representação alemã se manifestou dizendo se tratar de um período mais sombrio da história daquele país e, portanto, não pode ser glorificado, ou banalizado.
“O período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade. A Alemanha mantém sua responsabilidade”, enfatizou a embaixada, em uma nota publicada em uma rede social.
“Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou mesmo glorificar a era do nacional-socialismo”, finalizou. Ele mencionou trechos idênticos aos do livro “Goebbels: a Biography”, em que o nazista fala sobre a arte alemã.
No vídeo publicado na quinta-feira, Alvim copiava o discurso do ministro da propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels. No discurso do secretário de Cultura, ele afirma que “A arte brasileira da próxima década será heróica e nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”.
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No discurso original de Goebbels, segundo o livro “Goebbels: a Biography”, de Peter Longerich, o líder nazista afirmou: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”
Além do trecho copiado do discurso de Goebbels, outra referência ao regime de Adolf Hitler é a trilha sonora do pronunciamento: a ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner. O compositor alemão era celebrado pelo líder nazista e teve grande influência em sua formação ideológica.
O vídeo foi publicado no perfil oficial da Secretaria Especial de Cultura para anunciar o Prêmio Nacional das Artes, projeto com valor total de R$ 20 milhões.