Neonazistas incitam violência em protesto pró-armas nos EUA

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Três integrantes de um grupo neonazista e suspeitos de incitar atos de violência durante uma marcha de defensores dos direitos de portar armas no estado da Virginia compareceram a um tribunal nesta quinta-feira para ouvir as acusações.

Eles foram detidos pouco antes em uma operação do FBI que investigava a ação de supremacistas brancos nos atos, em uma tentativa das autoridades locais de repetir os confrontos ocorridos durante uma marcha em 2017 na cidade de Charlottesville, onde uma pessoa morreu atropelada.

Brian Lemley, ex-integrante do Exército, Patrik Mathews, um ex-militar canadense em situação irregular nos EUA, e William Bilbrough, apontado como supremacista branco, foram presos horas depois do governador da Virginia declarar estado de emergência na capital, Richmond, banindo o porte de armas de fogo por conta da ameaça concreta da presença de extremistas no protesto.

Os três são acusados de transporte ilegal de armas, abrigar uma pessoa em situação migratória irregular e, no caso do canadense, estar em posse de armas e munição. O FBI também quer processá-los por terem tentado fabricar uma substância que é usada comi alucinógeno e é proibida pela legislação federal.

Violência supremacista
Nos últimos anos, as autoridades americanas se encontram sob forte pressão para que intensifiquem as ações contra grupos supremacistas, acusados de participação em centenas de ataques contra sinagogas, mesquitas e imigrantes. No caso da Virginia, essa violência ficou evidente na cidade de Charlottesville em agosto de 2017, quando neonazistas e ativistas de extrema direita entraram em confronto com ativistas contrários à sua presença Em meio aos atos, Heather Heyer, uma ativista que protestava contra os extremistas, foi atropelada e morreu. Outras 20 pessoas ficaram feridas.

Então há poucos meses no cargo, Donald Trump sofreu muitas críticas por, em sua primeira declaração, colocar os extremistas e os manifestantes contràrios a eles no mesmo patamar.

— Nós condenamos da maneira mais forte possível essa mostra de ódio, intolerância e violência em muitos lados, em muitos lados.

Nas últimas eleições estaduais, em novembro do ano passado, o Partido Democrata retomou o controle do Legislativo, defendendo leis mais restritas para a compra, posse e porte de armas de fogo.

A iniciativa irritou os defensores de controles sobre os armamentos, que marcaram para esta segunda-feira uma grande marcha para mostrar seu descontentamento com as ideias dos legisladores locais. O ato está marcado para segunda-feira, 20 de janeiro, quando os EUA marcam o Dia de Martin Luther King, morto por um tiro de rifle em 4 de abril de 1968.

O Globo.