Tem chance zero união entre centro e esquerda contra Bolsonaro

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Foto: Divulgação/Governo de SP

Apesar da troca de afagos entre João Doria (PSDB-SP) e Lula (PT) nas redes sociais nesta quinta (2), a chance de uma união de líderes partidários, especialmente de ex-presidentes da República, é quase zero, avaliam políticos. Não por falta de tentativas. Nas últimas semanas, governadores e senadores se movimentaram para articular um encontro, escrever um manifesto ou criar um gabinete paralelo a Jair Bolsonaro por causa da crise do coronavírus. Fracassaram até agora.

Em suas últimas declarações, Lula tem reclamado de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O petista ainda mostra amargura por nunca ter sido defendido na Lava Jato pelo tucano, mesmo sabedor de sua honestidade, segundo suas palavras.

Tarefa tão ou mais difícil seria colocar em um mesmo ambiente, ainda que virtual por causa do isolamento social, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). O emedebista chegou ao maior cargo do país após ter sido um dos líderes do movimento de impeachment da petista, de quem era vice.

Lula e Temer se falaram pela última vez, segundo relatos, uma semana antes do processo de afastamento de Dilma, em 2016. Além disso, há uma avaliação de que a união dessas lideranças ajudaria o discurso de polarização de que Jair Bolsonaro se alimenta.

Fora a movimentação nas redes sociais, o ex-presidente e Doria não se falaram e não marcaram encontro. Causou estranheza, entre petistas que sabem da resistência com FHC, o aceno de Lula ao governador de São Paulo, que várias vezes o ofendeu, chamando-o de presidiário e pedindo que ficasse muito anos na prisão.

Apesar de a chance ser considerada pequena, governadores continuam tentando. Wellington Dias (PT-PI) lidera o movimento e ainda considera possível uma futura união. Mesmo que não estejam em contato, o petista afirma que todos os ex-presidentes têm demonstrado disposição em ajudar na crise do coronavírus, dando suporte dos mais variados.

Dos que já ocuparam o cargo, o ex-presidente José Sarney é o que tem melhor trânsito dos dois lados. Ele mantém conversas com Lula e, durante a crise do coronavírus, tem falado bastante com FHC.

Folha de S. Paulo