Haddad anuncia “reconstrução do país”

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Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal

A economia brasileira pode “deslanchar” com a aprovação de propostas de reformas do governo no Congresso Nacional, defendeu, na quinta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Rio. “As medidas começam a gerar um novo horizonte”, afirmou Haddad. O ministro disse estar otimista com a aprovação da reforma tributária e citou o atual ambiente como de “reconstrução do país”. Ele defendeu a união entre as instituições do país para efetuar essa reconstrução: “Se cada poder jogar seu jogo, se cada agência jogar o seu jogo, não tem como [dar errado]”, disse nessa quinta-feira (20), no Rio, na divulgação da Agenda de Reformas Financeiras ciclo 2023-2024. Na segunda-feira (17), o boletim Focus, do Banco Central, projetou um Produto Interno Bruto (PIB) um pouco maior para 2023 e nessa quinta-feira a Fazenda reviu os números para cima. Enquanto no Focus a mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2023 subiu de 2,19% para 2,24%, no caso da Fazenda a projeção para a expansão da economia neste ano passou de 1,9% para 2,5%. “Não adianta termos ilusão a respeito da melhoria do bem-estar, do crescimento do PIB. Se não fizemos as reformas, a tensão vai se acirrar novamente”, ponderou Haddad. Se cada poder jogar seu jogo, não tem como [dar errado]” — Fernando Haddad Ainda segundo o ministro, a reforma tributária sobre o consumo, aprovada pela Câmara e prestes a ser analisada pelo Senado, e a do Imposto de Renda, que deverá ser realizada futuramente, não podem ter como objetivo o ajuste fiscal, o que vem sendo feito de outra maneira, com a eliminação de “penduricalhos”, acrescentou. “Renúncias e desonerações que foram feitas estão sendo revistas à luz do impacto social.” Para a reforma sobre o Imposto de Renda, há muita cautela, e será necessário amadurecimento da sociedade, na visão do ministro. Por ser complexa, merece ser amplamente discutida com a sociedade. A reforma em curso, sobre consumo, vem sendo falada há anos, por diversos governos, e pelo menos dois candidatos à presidência incorporaram aos programas de governo a reforma de Bernard Appy, secretário extraordinário da reforma tributária. Haddad afirmou que as propostas do governo foram aprovadas antes do esperado e rebateu críticas de que a proposta para a reforma tributária poderia ser melhor: “Tudo pode ser um pouco melhor, mas tem algum marco fiscal melhor do que o brasileiro neste momento?”, questionou. O Congresso Nacional tem demonstrado maturidade sobre o assunto e deve ser aplaudido, concluiu. Para o secretário de reformas econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, a aplicação de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), nova modalidade de tributo prevista na reforma tributária, será muito positiva a longo prazo no mercado financeiro. Para Pinto, o IVA vai diminuir possíveis dificuldades resultantes do nível de complexidade atual dos tributos no mercado financeiro: “Pagar impostos de renda variável no Brasil é muito complicado e distorce decisões de investimento”, comentou. No entendimento do secretário, ainda não existe um bom sistema de IVA em mercado financeiro no mundo. E o Brasil poderia sair na frente nesse tema ao criar um modelo eficiente.

Valor Econômico