Levante a sua voz
Chegou a hora de a onça beber água. Se você, cidadão brasileiro, sente-se esbofeteado por deboches que amplos setores da sociedade entendem que empresas de comunicação como os grupos Estado e Folha, as Organizações Globo e a Editora Abril (Veja) vêm fazendo da lei eleitoral ao engendrarem e veicularem uma campanha política escancarada em favor do candidato a presidente do PSDB, José Serra, chegou a hora de fazer alguma coisa contra essa vergonha.
Ainda está por ser decidido o que será feito e este blogueiro já deu até indicações do que entende que pode ser feito. Se funcionará, é outra história. Não agir, porém, equivale a cada um dos que repudiam essa farsa sobre isenção da imprensa tornar-se seu cúmplice, pois o país corre perigo de ser redirecionado para um passado em que os altos estratos da sociedade decidiam sozinhos o que fazer com as riquezas imensuráveis deste país.
É possível provar uma mentira escandalosa da imprensa que está sendo contada agora mesmo, em uma declaração de princípios da Folha de São Paulo no processo eleitoral deste ano publicada na última edição dominical do veículo. Em matéria que deveria ser publicada na forma de editorial, mas que saiu em forma de nota nas páginas de notícias e não nas de opinião, o jornal nega ter preferência política e assegura que faz uma cobertura isenta dos fatos políticos.
É uma evidente mentira. Seja qual for o período que se escolha para apurar nos últimos oito anos, ficará evidente que a quase totalidade da postura crítica que a Folha alega manter em relação a todos os partidos políticos é direcionada ao PT, a Lula e, posteriormente, a Dilma Rousseff. Enquanto isso, verificar-se-á que o jornal quase não cobre o governo paulista, tendo sido cobrado por isso várias vezes nos últimos anos por cada ombudsman que teve.
Esse jornal que se diz isento publicou falsificação grosseira de uma ficha policial de Dilma Rousseff e deu espaço a alguém para insinuar que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria tentado estuprar um adolescente quando ficou preso durante a ditadura. Essas são apenas amostras do nível dos ataques, do bombardeio incessante e quase que exclusivo desses veículos que se alegam “isentos”.
Não há um só ataque dessa natureza contra os adversários do PT. A imprensa escondeu um relacionamento extraconjugal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante cerca de uma década e só publicou alguma coisa sobre o assunto como pretexto para atacar sem provas a honra do atual presidente ao acusá-lo de um crime sexual (!).
Matérias infindáveis são escritas para defender José Serra de dossiês que os veículos aqui mencionados alegam, sem provar, que o Partido dos Trabalhadores, Dilma e Lula teriam feito contra o tucano, e acusando esses supostos autores de dossiês sem uma única evidência contundente contra eles, o que fez acusações similares e anteriores dessa imprensa “isenta” jamais terem gerado conseqüências na Justiça para os acusados.
A mera quantificação e comparação do viés do noticiário político podem revelar um imenso bombardeio contra o atual governo, seu titular e sua candidata à sucessão presidencial de 2010, provando que há uma ação premeditada e conjunta dessas empresas de mídia para elegerem José Serra, o candidato que, por suas ações, esses veículos permitem afirmar que apóiam.
É possível fazer uma reconstituição do nível desse engajamento político-partidário dos veículos supra mencionados. Está tudo registrado nos arquivos de jornais e revistas, por exemplo. O nível de radicalismo, os insultos, as acusações sem provas e a omissão quase absoluta de críticas e denúncias sobretudo contra o governo de São Paulo durante a gestão José Serra são caudalosos. Havendo vontade de enxergar os fatos, restará provada a tendência política daqueles que a negam.
Chegou a hora de os setores da sociedade que se sentem esbofeteados pelo abuso de poder econômico em questões como a imagem que a imprensa pinta dos candidatos nas eleições deste ano exigirem das autoridades competentes que apliquem a lei que rege o comportamento dessa mesma imprensa durante os processos eleitorais, da lei que veda o favorecimento a um dos lados se tal favorecimento se revelar produto não de eventualidade, mas de uma tendência independente dos fatos e forjada em interesses políticos sectários.
A campanha política negativa vertida diuturnamente pelos veículos de comunicação supramencionados contra o governo Lula, contra a sua candidata a presidente e contra o partido deles está embasada em um manancial de provas. Basta escolher qualquer período de tempo nos últimos oito anos e apurar a proporção de notícias e opiniões negativas sobre o governo petista e a oposição tucana.
Há estudos similares feitos em outros períodos e sobre outros níveis de disputa política (estadual e municipal). São provas científicas desse tipo de ação de empresas de comunicação que vêm mantendo relações comerciais com os governos paulista e paulistano através de compras de espaço, de serviços e de produtos pagas pelos cofres municipais e estaduais de São Paulo. Essas compras são alvos freqüentes de denúncias que jamais vêm a público porque as empresas de comunicação beneficiárias desses contratos bloqueiam as denúncias.
Existe, portanto, um abuso de poder econômico da campanha de José Serra, materializado pelo apoio suspeito que o tucano recebe de empresas de comunicação com as quais o governo que comandou até há pouco – e que, agora, é comandado por seus aliados – mantém uma vastidão de negócios, que, como é óbvio, são financiados por dinheiro público.
As empresas de mídia que escondem suas relações nebulosas com Serra negam tais negócios, mas deveriam dar espaço a essas denúncias e críticas ao seu partidarismo caso levassem a sério suas afirmações vazias de que dão espaço a todas as correntes político-ideológicas, o que é uma mentira absurda porque as vastas acusações de partidarismo de Serra que a imprensa recebe diariamente são sufocadas por ela.
Diante do exposto, este blogueiro tem esperança de que a sociedade se levante e lute contra a encenação mais farsesca e afrontosa às leis e à cidadania que vi na história recente deste país. Todavia, acreditando que quem faz a hora não espera acontecer, declaro que não tenho a menor intenção de ficar parado esperando que alguém faça por mim o que tenho vontade de fazer eu mesmo.
Deste domingo até o fim do processo eleitoral deste ano, portanto, este blog estará voltado para desmascarar e responsabilizar oficialmente os crimes daquilo que se auto define como imprensa no Brasil. Durante a semana que entra, detalharei medidas e pedirei voluntários para me ajudarem com trabalho. Pode ser de longe mesmo. Basta querer ajudar. Não se furte. Está ao alcance de cada um.
Seja cidadão. Seja responsável. Lute contra a farsa da imprensa. Em nome de seus filhos, netos, de um país decente, ajude-me a provar essa farsa. Levante a sua voz.
PS: quem estiver disposto a me ajudar, por favor use o link “Fale com o blog”, aí do lado direito da página.