Decisões de Fux e do STF contra Lula eram esperadas e podem cair

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A mídia está batendo bumbo sobre o voto do ministro do STF Alexandre de Moraes, na última terça-feira, a favor da prisão após condenação em segunda instância, bem como sobre a fala do novo presidente do TSE, ministro Luís Fux, contra recurso de condenados em segunda instância àquela Corte para poderem disputar eleição .

Bater bumbo quer dizer comemorar que esses dois fatos tornam mais difícil que Lula seja candidato. Alguns já estão comemorando a prisão dele ou sua inabilitação para disputar 2018. Esta página acha que estão comemorando cedo demais.

Por o voto de Alexandre  de Moraes ter desempatado a disputa sobre prisão após condenação em segunda instância de forma a que esse tipo de prisão continue prevalecendo, a mídia comemorou a inabilitação de Lula que a prevalência em questão encerra.

Porém, todos sabiam que esse seria o voto da primeira turma do STF, enquanto que a segunda turna, que deverá analisar a constitucionalidade da prisão em segunda instância, tem maioria contra a prisão após a condenação em segunda instância.

A ministra do  STF Rosa Weber assumirá o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um dia depois de  15 de agosto, prazo final de registro de candidaturas para a eleição de outubro. Ao decidir sobre a execução antecipada da pena de cinco anos de cadeia aplicada a um deputado condenado por fraude de licitação, João Rodrigues (PSD-SC), a 1a Turma do STF rejeitou recurso do parlamentar.

Esse é um dos motivos da comemoração da mídia antipetista. Porém, Rosa Weber declarou que esse tipo de detenção vai contra sua “posição pessoal”. A frase indica que ela manterá o voto dado duas vezes no plenário da corte contra essas prisões.

Em 2017, Gilmar Mendes também mudou de ideia sobre prisões provisórias.

Com a mudança de posição de Mendes e a sinalização de Rosa de que manterá seu voto contra a prisão após condenação em segunda instância, o plenário do STF tende a voltar atrás, por 6 a 5, na autorização para prender réus condenados em segunda instância.

O placar seria assim: Cármen Lúcia, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre Moraes a favor da prisão. Contrários a esse tipo de prisão no plenário no STF estariam Mendes, Rosa, Toffoli, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.

 

Sobre a fala de Fux, atual presidente do TSE, dizendo que a Corte deve fazer valer a lei da ficha limpa e impedir condenados em segunda instância de concorrer, sua fala expressa sua posição pessoal. Quem decidirá será o plenário do  TSE e, ainda assim, caberá recurso ao STF.

Além disso, a recente pesquisa Datafolha mostrou que é inútil inabilitar Lula porque, sem ele na disputa, o candidato indicado por ele venceria a eleição presidencial deste ano.